O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta segunda-feira que “não há limites” na luta contra as atividades palestinas, após o Exército anunciar a prisão de cinco membros do Hamas suspeitos da morte de um casal de colonos.

“Nós não estamos dispostos a dar imunidade a qualquer pessoa (…) ou a qualquer terrorista e, por isso, não há limite nas atividades das forças de segurança”, afirmou Netanyahu em um discurso transmitido pela televisão, em um momento em que palestinos e israelenses entram em um novo ciclo de violência.

Suas declarações coincidem com o anúncio feito pelo Exército e pelo Shin Bet, serviço de segurança interna de Israel, de que haviam prendido cinco suspeitos e vários cúmplices palestinos na morte de um casal de colonos na quinta-feira passada na Cisjordânia ocupada.

“O grupo pertence ao Hamas”, afirmaram o Exército e o Shin Beth em uma nota conjunta.

“Os detentos foram interrogados pelo Shin Beth e confessaram seu envolvimento no ataque”, acrescentou o comunicado.

Considerado um grupo “terrorista” por Israel, o Hamas saudou na última quinta-feira “os autores” desse ataque. “É a resposta aos crimes sionistas”, declarou o grupo, sem reivindicar sua autoria.

Eitam e Naama Henkin, na faixa dos 30 anos e moradores da colônia de Neriah, perto de Ramallah, foram mortos diante de seus quatro filhos, quando circulavam de carro entre as colônias de Itamar e Eilon Moré, segundo o Exército.

Netanyahu está sendo pressionado por alguns membros de seu governo, um dos mais à direita da história de Israel. Os mais conservadores criticam o premiê e exigem o anúncio de uma nova colônia como medida punitiva contra os palestinos.

“Operamos em todas as frentes. A polícia entra de forma ostensiva nos bairros árabes [em Jerusalém Oriental], o que não acontecia no passado. Vamos demolir as casas dos terroristas”, declarou nesta segunda-feira à noite.

“Autorizamos nossas forças a tomarem medidas duras contra aqueles que jogam pedras e coquetéis molotov”, lembrou Netanyahu.

“Vamos agir contra o Movimento Islâmico”, frisou, referindo-se a uma organização árabe-israelense que trabalhou para mobilizar os palestinos e árabes-israelenses ao redor da Esplanada das Mesquitas.

Segundo ele, esse movimento está “com o Hamas e com a Autoridade Palestina, a principal fonte de incitação à violência”.

“Assim como vencemos as ondas precedentes de terrorismo, venceremos essa”, garantiu.