07/06/2025 - 9:58
Homem era um dos milhares de tailandeses que trabalham no setor agrícola israelense. Nacionais da nação asiática formam grupo de estrangeiros com mais vítimas do ataque do Hamas.O Exército israelense recuperou o corpo de um refém tailandês que estava na Faixa de Gaza desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, anunciou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, neste sábado (07/06).
O corpo de Nattapong Pinta estava sendo mantido pelo grupo militante palestino Brigadas Mujahedeen e foi recuperado na área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, com base em informações de inteligência militar, segundo o governo israelense. Sua família na Tailândia foi notificada.
Pinta trabalhava no setor agrícola israelenses, como cerca de outros 30 mil tailandeses, quando foi sequestrado no Kibbutz Nir Oz, uma pequena comunidade israelense da qual um quarto da população foi morta ou feita refém durante o ataque do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza.
Na época do sequestro, ele tinha 35 anos e trabalhava no cultivo de abacates com o objetivo de pagar uma dívida e ajudar sua mulher, que ficou na Tailândia com seu filho, a abrir um café, segundo o jornal The Times of Israel.
Os militares israelenses disseram que Pinta foi sequestrado vivo e provavelmente morto após alguns meses por seus algozes.
No total, 46 tailandeses morreram no conflito
Pitta estava entre os 31 tailandeses sequestrados durante o ataque do Hamas de outubro de 2023, dos quais 23 foram soltos em novembro de 2023 e outros cinco em janeiro deste ano. Os demais três morreram – falta localizar o corpo de dois tailandeses, Sonthaya Oakkharasri e Sudthisak Rinthalak.
No dia do ataque, mais de 40 tailandeses foram mortos – o maior grupo de estrangeiros vitimados pelo Hamas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia, no total 46 tailandeses já morreram no conflito.
Não houve nenhum comentário imediato das Brigadas Mujahedeen, que já negou ter matado seus reféns, ou do Hamas. Os militares israelenses disseram que as Brigadas ainda mantinham o corpo de outro cidadão estrangeiro.
Na quinta-feira, foram também recuperados os corpos de dois reféns israelenses-americanos, Judih Weinstein and Gad Haggai.
As Brigadas Mujahedeen também prenderam e mataram a refém israelense Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos, de acordo com as autoridades israelenses. Seus corpos foram devolvidos no início do ano, durante um cessar-fogo de dois meses interrompido em março. Desde então, esforços liderados pelos EUA, pelo Catar e pelo Egito para garantir outro cessar-fogo falharam.
Israel segue com ofensiva em Gaza
Israel vem expandindo sua ofensiva na Faixa de Gaza, e segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, pelo menos 22 pessoas foram mortas na noite de sexta-feira para sábado no território palestino.
Quatro ataques atingiram a área de Muwasi, no sul de Gaza, entre Rafah e Khan Younis. No norte de Gaza, um ataque atingiu um apartamento, matando sete pessoas, incluindo uma mãe e cinco filhos. Seus corpos foram levados para o hospital Shifa.
As Nações Unidas alertam que a maioria dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa Gaza está sob risco de fome aguda, após um bloqueio israelense de 11 semanas, e que a taxa de crianças pequenas com desnutrição aguda quase triplicou.
Militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, no ataque de 7 de outubro e sequestraram 251 reféns. Acredita-se que apenas 20 dos 55 reféns remanescentes estejam vivos. As forças israelenses resgataram oito reféns vivos de Gaza e recuperaram dezenas de corpos.
A campanha militar de Israel já matou mais de 54 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre civis e combatentes. A ofensiva destruiu grande parte de Gaza e deslocou cerca de 90% de sua população de aproximadamente 2 milhões de palestinos.
bl (Reuters, AP, ots)