O Mossad, o serviço de inteligência externa de Israel, revelou, nesta segunda-feira (12), o último telegrama enviado pelo célebre agente Eli Cohen antes de ele ser preso pelas autoridades sírias em 1965.

O chefe do Mossad, David Barnea, entregou uma cópia do telegrama – datado de 19 de fevereiro de 1965, dia em que se acredita que ele foi capturado – ao museu dedicado ao espião, que abrirá suas portas ao público nas próximas semanas.

“Eli Cohen era um de nossos melhores agentes. Continua nos influenciando e incutindo um espírito de luta, coragem, valores e devoção”, disse Barnea na inauguração do museu, segundo um comunicado do governo israelense.

Cohen, cuja história ficou imortalizada na minissérie da Netflix, “O Espião”, foi capturado depois que suas mensagens foram interceptadas pelas autoridades sírias, segundo Barnea.

“REUNIÃO NO QUARTEL GENERAL ONTEM ÀS CINCO GMT COM AMIN ELHAFEZ E ALTOS RESPONSÁVEIS”, dizia sua última mensagem, redigida em francês, em referência a uma reunião entre o então presidente sírio e militares do alto escalão.

Cohen foi julgado e executado na forca por espionagem naquele mesmo ano, após ter conseguido se infiltrar com sucesso nas mais altas instâncias do regime de Damasco.

A informação obtida pelo espião é considerada como crucial para a captura e ocupação, por parte de Israel, das Colinas de Golã, na Síria, na chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967.

A Síria, que nunca firmou um acordo de paz com Israel, manteve silêncio ao longo dos anos para a reivindicação de Israel de repatriar os restos mortais de Cohen.

O museu Eli Cohen, abrirá as portas ao público neste mês, na cidade litorânea de Herzilya, documentando a carreira do falecido espião nascido no Egito.

“O Mossad trabalhou e seguirá trabalhando para revelar informação de inteligência e novos detalhes sobre o período em que Eli Cohen serviu na Síria, e seguirá trabalhando para trazer seus restos mortais para sepultá-los em Israel”, disse Barnea.