25/03/2022 - 13:00
A partir de domingo (27), Israel sediará uma cúpula “histórica” de dois dias, reunindo o secretário de Estado dos Estados Unidos e os chefes da diplomacia dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, três países árabes com os quais recentemente normalizou as relações.
“No próximo domingo e segunda (…) uma cúpula histórica será realizada em Israel”, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel nesta sexta-feira (25).
Importantes autoridades israelenses, incluindo o chefe da diplomacia, Yair Lapid, já visitaram os Emirados, Bahrein e Marrocos desde que a normalização dos laços entre esses países começou, em setembro de 2020.
Mas desses três países, apenas o Bahrein enviou um alto emissário a Israel, quando o chefe da diplomacia, Abdelatif al-Zayani, viajou em novembro de 2020.
O encontro em Israel, do qual ainda não há detalhes sobre onde acontecerá, será organizado durante a visita do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que chega ao país no sábado.
Os Emirados e o Bahrein foram os primeiros países árabes do Golfo a normalizar suas relações com Israel, em setembro de 2020, com a mediação do governo do ex-presidente americano Donald Trump.
Posteriormente, Marrocos e Sudão assinaram acordos semelhantes.
Esses acordos puseram fim a dezenas de anos da exclusão de Israel a qualquer tipo de acordo na região, caso não houvesse uma solução definitiva do conflito com os palestinos.
Desde então, surgiram vários acordos, especialmente sobre questões de aviação, e foram abertas conexões diretas entre Tel Aviv e cidades dos Emirados, Marrocos e Bahrein.
As monarquias árabes do Golfo e Israel, muito próximas dos Estados Unidos, compartilham sua preocupação com a influência do Irã na região.
– Ucrânia em pauta –
A turnê de Blinken pela região começará com Israel e depois a Cisjordânia ocupada, um território palestino onde ele buscará abordar questões relacionadas ao Irã e ao conflito israelo-palestino.
Blinken também “intensificará os esforços” na questão da invasão russa da Ucrânia, disse o Departamento de Estado na quinta-feira, no mesmo momento em que Israel assumiu uma postura cautelosa sobre o conflito e a Autoridade Palestina não fez comentários claros.
O chefe da diplomacia dos EUA se reunirá primeiro com o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, que se ofereceu como mediador entre Moscou e Kiev, destacando seus laços com os dois países.
Em seguida, o secretário de Estado se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah.
Após o anúncio dos acordos para normalizar as relações, os palestinos denunciaram uma “punhalada nas costas” e uma traição ao “consenso árabe” que estabelecia uma solução para o conflito como condição para o estabelecimento de relações com Israel.
A viagem de Blinken também inclui Marrocos e Argélia, dois países que passam por um período de tensão.
Após a reunião em Israel, o Egito organizará uma rara cúpula tripartida na terça-feira, na qual o presidente Abdel Fatah al-Sissi receberá Bennett e o líder dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed.