O Velho Continente, como é conhecida a Europa, quer se ligar em alta velocidade à internet. Na semana passada, a União Europeia anunciou um ousado e bilionário plano para levar banda larga para todos os seus cidadãos até 2013. Com investimentos que podem chegar a até R$ 120 bilhões, o objetivo é que os usuários tenham conexões com velocidades de 30 Mbps em 2020. Com isso, um internauta poderia baixar um filme pela internet, por exemplo, em poucos minutos. O dinheiro virá do Banco Europeu de Investimentos, que deverá financiar empresas privadas. Serão elas que vão levar o serviço para o consumidor. 

 

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A comparação do projeto europeu com o brasileiro é inevitável. No Brasil, o governo federal ressuscitou a Telebrás para ser a gestora do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). 

 

Cercado de muita polêmica e de denúncias de favorecimento de pessoas ligados ao Planalto, o objetivo é que a estatal administre uma infraestrutura de 30 mil quilômetros de fibras ópticas. 

 

Ela venderá banda para provedores de internet e só atuará no varejo em que não houver competidores, assegura Rogério Santanna, presidente da companhia. A meta é atingir cerca de 65% dos domicílios brasileiros até 2014 com velocidades de até 784 kbps, quase 40 vezes menor do que a Europa pretende ofertar aos seus cidadãos. 

 

“O Brasil precisa oferecer uma banda larga mínima para todos, para daí buscar metas mais elevadas”, pondera Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco. 

 

Os investimentos de R$ 12,3 bilhões, previstos no projeto nacional, sairão dos cofres públicos, por meio da capitalização da Telebrás e de desonerações fiscais. 

 

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O que é comum, tanto no Brasil como na Europa, é a necessidade de investir em banda larga. O Banco Mundial fez estudo em que concluiu que, quando há um aumento de 10% das conexões de internet rápida, o PIB de um país cresce 1,3%. 

 

É consenso também que os preços deste serviço precisam baixar. Levantamento da União Internacional de Telecomunicações mostra que o consumidor do Brasil desembolsa 4,5% de sua renda mensal, uma das mais altas taxas do mundo.