O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, solicitou nesta quinta-feira (26) que os seus sócios europeus deem uma “resposta contundente” sobre como abordar o impacto econômico do novo coronavírus, que confronta o bloco do norte ao sul.

“O que diremos aos nossos cidadãos se a Europa não demonstra ser capaz de uma reação unitária, forte e coesa diante de um choque imprevisível e simétrico desse impacto?”, questionou Conte, dirigindo-se aos 26 líderes do bloco, segundo o seu gabinete.

A Itália, terceira economia da zona do euro, é o país europeu mais afetado pela pandemia. A Covid-19 matou mais de 8.000 pessoas na península e causou um forte abalo no setor turístico, levando o país a pedir ajuda aos seus sócios para superar a crise que afeta a saúde e a economia.

A Espanha, quarta economia e o segundo país mais afetado do bloco pelo coronavírus, com mais de 4.000 mortos, também apoiaria a Itália em seu pedido por uma resposta mais ambiciosa e comum a todos do bloco, segundo fontes diplomáticas.

O mandatário italiano, junto aos líderes da Espanha, Pedro Sánchez, da França, Emmanuel Macron, e de outros seis países da UE já tinham pedido na véspera em uma carta para que buscassem “um instrumento de dívida comum por uma instituição europeia”.

A Alemanha e a Holanda consideram os países do sul do bloco com menos disciplina fiscal, opondo-se a dividir a dívida entre os países para enfrentar o impacto negativo da Covid-19.

“Ninguém pensa em tornar a dívida pública igualitária”, mas em “reagir com instrumentos financeiros inovadores e verdadeiramente adequados a uma guerra que devemos lutar juntos para ganhá-la o quanto antes”, disse Conte, segundo o seu gabinete.

Ao mesmo tempo em que Bruxelas prevê que a economia da UE e da Zona do Euro entre em recessão neste ano, a Espanha e a Itália pedem que os líderes da Comissão, o Conselho, o Eurogrupo, a Eurocâmara e o Banco Central Europeu elaborem um comunicado em “dez dias” como resposta para a eventual crise econômica.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, estaria trabalhando agora uma declaração comum aos 27, diante da negativa de Conte e Sánchez durante a cúpula por videoconferência em apoiar a atual, considerando-a “insuficiente”, segundo várias fontes.

A Europa, com cerca de 16.000 mortos e 275.000 casos confirmados, é o continente mais afetado pelo coronavírus que, desde que surgiu em dezembro, já matou mais de 23.000 pessoas no mundo e já contagiou mais de meio milhão, segundo balanço da AFP.

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