15/04/2025 - 17:08
A italiana Enel anunciou nesta terça-feira, 15, uma mudança na marca no Brasil. A empresa deixará para trás o vermelho, azul, cinza e verde utilizados pela holding, para assumir o verde, amarelo e azul e as formas da bandeira brasileira. A nova marca incorpora, também, a palavra “Brasil” no nome, numa investida para se aproximar dos brasileiros, parte dos quais até agora a rejeita.
Ao comunicar a nova marca, a Enel salienta que a marca “reforça o compromisso da companhia com as operações no Brasil” e lembra que recentemente a companhia anunciou volume recorde de investimentos no País. No ano passado, a companhia informou planos de investir R$ 25,3 bilhões no País entre 2025 e 2027, sendo R$ 24 bilhões no segmento de distribuição.
“A mudança da identidade visual reflete o momento de evolução da empresa no país, com recorde de investimento em distribuição de energia nos três Estados onde atuamos. Vamos modernizar a nossa infraestrutura, com foco em digitalização e resiliência da rede elétrica, além de ampliar nossas equipes em campo e aumentar a capacidade dos canais de atendimento”, declarou o diretor-presidente da empresa no Brasil, Antonio Scala, por meio de nota.
Marca nova, problemas antigos
O anúncio ocorre num momento decisivo para a empresa italiana no País, já que ela busca garantir a renovação das concessões de suas três distribuidoras por 30 anos, mas enfrenta antipatia da população e críticas de populares e de autoridades locais pela qualidade dos serviços prestados.
As distribuidoras do grupo operam na região metropolitana de São Paulo, em parte do Rio de Janeiro e no Ceará. As atuais concessões vencem entre 2026 e 2028 e estão no grupo de 19 empresas que devem passar pelo processo de renovação antecipada de contratos.
Assim como as demais companhias envolvidas, a Enel manifestou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o interesse em renovar as concessões. A agência reguladora tem prazo de 60 dias para avaliar se recomenda, ou não, a renovação de cada uma. Para isso, analisará se as distribuidoras atualmente atendem a parâmetros mínimos econômicos-financeiros e de qualidade do serviço exigidos nos contratos atuais. A decisão final caberá ao Ministério de Minas e Energia.
Em recente entrevista ao Broadcast Energia (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Scala afirmou que a empresa tem atendido os níveis exigidos pelo regulador e salientou a melhora observada nos últimos meses nas concessões, particularmente a de São Paulo, que enfrenta mais críticas.
Ele admite, porém, que o contrato atual está muito defasado diante da atual “agressividade climática” e da maior exigência dos clientes. “Apesar de respeitar os requerimentos do contrato atual, é claro que o contrato atual, feito 30 anos atrás, hoje não reflete a expectativa de qualidade dos clientes. Por isso que nós implementamos esse plano de melhora que vai muito além do que os valores mínimos que o contrato pede, efetivamente, para ter um desempenho operacional diferente”, disse.