O Itaú Unibanco começa a levar os clientes do Iti, marca digital que criou em 2020, para o “superapp”, que é uma nova versão do aplicativo principal do banco. Com isso, o conglomerado intensifica uma migração que começou no início deste semestre pelos aplicativos de cartões, e que ao todo, deve envolver 15 milhões de clientes.

A partir deste mês, os clientes do Iti serão convidados a mudar para o aplicativo do Itaú. O banco afirma que com a mudança, eles terão acesso a uma quantidade maior de ferramentas, produtos e serviços, como o Itaú Shop, que é o shopping virtual do banco, produtos de crédito e seguros e o Pix Parcelado.

A mudança será feita de forma gradual. “O movimento permite entregar o melhor dos dois mundos aos nossos clientes: uma experiência diferenciada associada a uma completude que supre qualquer necessidade que eles tenham, de forma gratuita e com um nível de personalização que acreditamos ser referência no mercado”, diz o diretor de Negócios, Plataformas e Experiências Digitais do Itaú, João Araújo.

Segundo ele, o superapp do Itaú foi desenvolvido tomando como base os aprendizados do conglomerado com o Iti. O aplicativo da marca adotava a linguagem própria de design do banco, a Itaú Design Language (IDL), presente no “superapp”. “Reconhecemos o quanto os clientes do Iti são engajados e fiéis. Eles de fato têm um apreço muito grande pelo app, por conta de sua agilidade e leveza”, diz ele.

Criado para competir de forma direta com os bancos digitais, o Iti inicialmente seria uma carteira digital, mas evoluiu para uma oferta maior logo no lançamento, e chegou a conquistar milhões de clientes. Araújo foi, ele próprio, diretor do Iti. Bancos concorrentes tinham estratégias similares, mas também decidiram concentrar esforços na digitalização das marcas principais.

Um só Itaú

O “superapp” do Itaú é uma atualização do aplicativo tradicional do banco, que passou a permitir que os clientes entrem mesmo sem que tenham conta corrente. Antes, clientes que tinham cartões emitidos pelo Itaú mas não uma conta eram atendidos em plataformas dedicadas a um único produto, com menor acesso a outros serviços do conglomerado.

Com a transformação digital que vive nos últimos anos, o Itaú percebeu que estes grupos também são clientes, e que havia uma oportunidade de ampliar o relacionamento com eles, com consequências positivas para as receitas e consequentemente para a rentabilidade e a eficiência do banco.

Por trás dessa conclusão, está uma mudança na filosofia do setor: com a multiplicidade de contas bancárias que o brasileiro passou a ter com a digitalização dos serviços, a conta deixou de ser o centro da relação entre a instituição e o usuário. Entraram em cena múltiplos fatores, como o grau de uso de produtos e serviços e a fatia da renda que o cliente concentra em cada instituição.

A migração começou no início deste semestre pelos clientes que eram atendidos por aplicativos dedicados a cartões, e tem avançado mais rápido que o esperado.

A mudança torna visível ao público o esforço do projeto One Itaú, divulgado no ano passado. O objetivo da iniciativa é eliminar as barreiras entre as diferentes áreas do banco, que antes era separado por produtos, para que toda a organização veja o cliente de uma forma só.