08/05/2015 - 20:00
A deterioração da economia fez com que o Itaú Unibanco revisasse as suas expectativas para 2015. “Isso afetou a nossa perspectiva de margem financeira e provisões”, diz Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do Itaú. O banco esperava que a sua carteira de crédito crescesse de 6% a 9%, neste ano, mas, com a piora do cenário, decidiu alterar a projeção para algo entre 3% e 7%. Esses valores são bem inferiores aos que a instituição reportou no primeiro trimestre. No período, a carteira de crédito total cresceu 13,8%, avanço que não deve se repetir ao longo do ano. Além disso, o Itaú alterou as expectativas em relação ao crescimento das despesas com provisão para pagadores duvidosos, de R$ 13 bilhões a R$ 15 bilhões, para algo entre R$ 15 bilhões e R$ 18 bilhões. Mesmo assim, o lucro líquido do banco no primeiro trimestre foi de R$ 5,7 bilhões, recorde para o período.
Palavra do analista:
Os resultados mostram que o Itaú Unibanco continua entregando bons resultados e a principal preocupação se refere à qualidade dos ativos, segundo Philip Finch, estrategista do UBS. A recomendação é de compra dos papéis.
Rodovias
A OPA barata da Arteris
Segundo um relatório do Bank of America Merril Lynch, divulgado no domingo 3, o lançamento da oferta pública de aquisições (OPA) da concessionária de rodovias Arteris, controlada pela espanhola Participes en Brasil, deve ser contestado por parte dos acionistas minoritários. A empresa ofereceu R$ 10,15 por ação, com prêmio de 30% sobre a média das cotações nos últimos 30 dias. De acordo com os analistas do Bofa, o preço está 14% abaixo de quanto a empresa valia em 26 de fevereiro, data em que anunciou seu plano de investimentos. A estimativa é que a OPA movimente R$ 1,1 bilhão. Na segunda-feira, primeiro pregão após a notícia, as ações dispararam 8%.
Educação
Grupo Ser aprova conselho fiscal
Os acionistas da Ser Educacional aprovaram a criação de um conselho fiscal para o exercício de 2015. De acordo com José Janguiê Diniz, presidente do Conselho de Administração, a medida “será relevante para aprimorar a governança e transparência”. O conselho será presidido por Renato Chaves. No ano, as ações recuam 51,8%.
Papéis Avulsos
Varejo e indústria ganham destaque nas recomendações
As carteiras recomendadas para o mês de maio mantiveram o Itaú na liderança das recomendações, com seis indicações das seis casas consultadas. Mas as corretoras também deram destaque para a fabricante de papel e celulose Suzano, que recebeu quatro recomendações, e para o Grupo Pão de Açúcar, com três indicações. Segundo Henrique Florentino, analista da UM Investimentos, a Suzano, cujas ações sobem 37,4% no ano, está sendo beneficiada pela alta do dólar e por sua capacidade de produção. De acordo com Lenon Borges, da Ativa Corretora, o Grupo Pão de Açúcar ainda apresenta boas oportunidades de crescimento e expansão de margens. No ano, as ações do GPA avançam 4,9%.
Touro x Urso
A semana foi marcada pela entrada de investidores estrangeiros na bolsa e pela divulgação de balanços. Na próxima sexta-feira 15, serão publicados os números do Banco do Brasil.
Adquirência
Nasce a Cateno
Provisoriamente batizada de Token, a joint-venture entre BB e Cielo, avaliada em R$ 11 bilhões, vai se chamar Cateno Gestão de Contas de Paga-mento e será presidida por Claudemir Alledo, do Banco Patagônia, interinamente.
Celulose
Fibria e Klabin firmam parceria
A Fibria anunciou uma parceria com a Klabin para a compra de celulose de fibra curta, que será produzida na fábrica em construção da Klabin, em Ortigueira (PR). O contrato prevê fornecimento de 900 mil toneladas anuais. No ano, as ações da Fibria sobem 31% e as da Klabin, 32,4%.
Mercado em números
Rumo Logística
R$ 1,4 bilhão - É o valor captado pela empresa por meio de uma emissão de debêntures. Os recursos serão utilizados para capitalizar a companhia, fruto da fusão com a ALL.
JSL
R$ 1,3 bilhão – Foi a receita líquida do grupo de logística no primeiro trimestre de 2015, alta de 11,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
CSN
R$ 392,1 milhões – Foi o lucro líquido da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no primeiro trimestre deste ano, avanço de 609% em relação ao mesmo período de 2014.
Banco Pan
R$ 73,5 milhões – Foi o prejuízo do banco no primeiro trimestre deste ano, ante um resultado negativo de R$ 78,6 milhões no mesmo período do ano passado.
Marcopolo
R$ 34 milhões – Foi o lucro da fabricante de carrocerias de ônibus no primeiro trimestre, queda de 37,4% em relação aos três primeiros meses de 2014.
Colaboraram: Natália Flach, Luiz Gustavo Pacete