06/08/2025 - 12:12
O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, reiterou a perspectiva de distribuição de dividendos extraordinários relacionados ao resultado do banco em 2025, que ele classificou como ‘adicional’, citando que deixou de ser extraordinário há muito tempo, na medida em que todo ano o banco tem feito uma distribuição adicional.
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“Sem dúvida nenhuma, no nosso planejamento de capital, não vamos reter o excesso e faremos uma distribuição importante de dividendo adicional, tudo mais constante, se as condições permitirem”, afirmou o CEO do Itaú, em entrevista coletiva após a divulgação do resultado do segundo trimestre na noite da véspera.
Os analistas Eduardo Nishio e Nia Mirazon, da Genial Investimentos, reiteraram os papéis do banco como principal escolha no setor bancário, citando que está bem capitalizado, com excesso de provisões e espaço relevante para ganhos de eficiência.
“Diante da consistência dos resultados, resiliência operacional e do bom momento do banco, reiteramos nossa recomendação de compra”, afirmaram em relatório a clientes.
No segundo trimestre, o Itaú apurou lucro de R$11,5 bilhões, um aumento de 14,3% ano a ano, com o retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado avançando para 23,3%, enquanto o desempenho forte da margem financeira para clientes endossou revisão positiva dessa linha para o ano.
‘Itaú está confortável com crédito’
O banco divulgou um resultado considerado sólido no segundo trimestre, superando projeções de analistas e com melhora na rentabilidade, enquanto executivos ressaltaram a qualidade dos indicadores de crédito e reafirmaram perspectiva de dividendo adicional no ano.
“Nós estamos bastante satisfeitos com os indicadores de crédito”, afirmou Milton Maluhy Filho.
“Não vejo nenhuma mudança olhando para frente. Vamos acompanhar um cenário de juros mais alto, economia desacelerando, que tipo de impacto isso vai gerar na atividade”, afirmou.
“Nós estamos muito confortáveis com a qualidade do portfólio que vem sendo contratado e produzido”, acrescentou.
No segundo trimestre, a inadimplência acima de 90 dias consolidada, incluindo títulos e valores mobiliários, ficou estável ante os três meses anteriores, em 1,9%. O custo do crédito cresceu 1,3%.
“O risco continua bastante controlado”, reforçou o diretor financeiro, Gabriel Amado de Moura.
O Itaú também não vislumbra efeito na sua carteira de crédito oriundo de potenciais desdobramentos das tarifas comerciais norte-americanas anunciadas recentemente para produtos brasileiros.
“Não vemos qualquer impacto na carteira de crédito do banco. Nós estamos bastante confortáveis”, afirmou Maluhy Filho, acrescentando que o banco está fazendo o mapeamento nome a nome, segmento a segmento e que não se trata de um sentimento sobre as medidas em si.
“Não estou dizendo que eu estou confortável com as tarifas, é importante deixar isso bem claro. Estou confortável com os impactos que as tarifas geram na carteira de crédito, (esse efeito) é imaterial.”
Desempenho das ações
As ações ITUB4 sobem 1,5% no Ibovespa por volta das 12h. Na primeira hora de pregão, a alta chegou a ser de praticamente 4%, despontando dentre os bancos da bolsa de valores.
No acumulado deste ano de 2025, os papéis do Itaú sobem 30%, cotados atualmente na faixa dos R$ 36.