Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – O Itaú Unibanco anunciou nesta quinta-feira sua plataforma para negociação de tokens e previu lançar ainda em 2022 esses produtos de investimentos para clientes de varejo.

O movimento faz parte do plano do maior banco da América Latina para capitalizar o crescente interesse dos clientes por ativos digitais e sair na frente num mercado que pode movimentar dezenas bilhões de reais nos próximos anos.

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A iniciativa vem em meio a previsões de que uma fração relevante dos ativos financeiros, como recebíveis e debêntures, serão vendidos via token, uma representação digital de produtos.

A plataforma do Itaú fará a emissão, a distribuição e a custódia dos tokens, o que permite agilizar, baratear e simplificar sua emissão, custódia e negociação.

“Dá pra imaginar que cerca de 10% dos ativos de mercado nos próximos serão via tokens”, disse a chefe da recém-criada Itaú Digital Assets, Vanessa Fernandes, a jornalistas.

Em preparação para uma oferta para uma base mais ampla de clientes, o banco concluiu neste mês uma operação experimental com tokens de duplicatas de uma empresa cliente, numa emissão de 360 mil reais, com prazo de 35 dias, vendida no private bank.

Segundo Vanessa, com a simplificação e consequente redução dos custos das operações permitida por meio desse canal, os clientes poderiam ter melhores taxas de serviço, por exemplo.

Na prática, os cliente poderiam pagar taxas de administração menores do que as cobradas pelo banco sobre produtos tradicionais de investimento, como fundos, por exemplo.

A executiva explicou que a iniciativa responde à crescente demanda de clientes por ativos digitais, mas tem relação com as criptomoedas, como bitcoin e ethereum.

O banco, no entanto, avalia oferecer um serviço de compra e venda de criptomoedas a clientes de varejo, disse Vanessa. “Pode acontecer nos próximos dois anos”, afirmou ela.

O movimento representa uma virada na postura do banco, que nos últimos anos tem sido bastante conservador em relação às moedas digitais, muitas vezes limitando operações com clientes que negociam com esses tipos de ativos. Segundo ela, isso se deve em parte ao fato de hoje existirem melhores ferramentas para detectar e prevenir riscos, como os de lavagem de dinheiro.

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