A atividade econômica teve um recuo de 0,2% em novembro de 2023 ante outubro do mesmo ano, já descontados os efeitos sazonais, aponta o Índice de Tendência Econômica (ITE) da Faculdade de Campinas (Facamp).

Apesar da variação negativa, em relação a novembro de 2022, o índice apresentou crescimento de 3,3%, o que impulsionou o resultado acumulado em 12 meses a 1,9%, um pouco acima do 1,6% de outubro de 2023.

Segundo a instituição, o crescimento tímido indica uma certa estagnação da indústria, setor de grande peso no ITE. A proposição é reforçada pelo resultado da média móvel trimestral, que teve um pequeno acréscimo de 0,1% – e que sugere que pode haver um baixo crescimento econômico no quarto trimestre.

Do lado negativo da balança, a indústria de transformação apresenta dificuldade de recuperação, principalmente pelos baixos desempenhos das indústrias farmacêutica e automotiva. Já o lado favorável (ou próximo a zero), ocorre pelo desempenho da indústria extrativa – a qual também levou o setor externo a ser um destaque positivo no período.

“Os efeitos ainda tímidos da redução da taxa de juros sobre o endividamento das famílias e sobre os investimentos são as principais causas da dificuldade de recuperação do setor”, analisa a instituição.

O setor de serviços voltou a ter resultado positivo em novembro, graças ao aumento do rendimento médio a e ao desempenho favorável do mercado de trabalho, apesar do endividamento familiar.

Conforme a Facamp, para os próximos trimestres, o desafio será a redução da taxa de juros, fundamental para o investimento em infraestrutura e o setor de construção civil. E uma recuperação mais acelerada do rendimento do trabalho “ampliaria o horizonte (e o otimismo) dos empresários e famílias, contribuindo positivamente para a decisão de gastos”, explica o professor da Facamp Saulo Abouchedid.