30/04/2024 - 19:50
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, vistoriou nesta terça-feira, 30, a reforma da galeria dos presidentes da República, no Palácio do Planalto, que estava fechada desde os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023. De acordo com Janja, o local está “prontinho” e será reaberto “logo”.
Localizada no andar térreo do edifício, a galeria possui retratos em preto e branco de todos os ex-presidentes do Brasil desde 1889 e uma foto colorida do chefe do Executivo, atualmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As imagens ficam expostas em uma parede de mármore, com informações sobre os políticos.
No ano passado, quando golpistas depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, o local foi destruído e a única foto preservada foi a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde o início das investigações da Polícia Federal (PF), que buscam identificar articuladores, responsáveis e financiadores do 8 de Janeiro, até o último dia 12, o STF condenou 196 pessoas pelos ataques, com penas que variam de três a 17 anos. A Operação Lesa Pátria, que teve a 26ª fase deflagrada pela corporação no último dia 16, indica que empresários, fazendeiros, influenciadores e políticos articularam a ida dos vândalos a Brasília.
Os envolvidos nos atos antidemocráticos podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Em fevereiro, durante ato realizado em defesa de Bolsonaro, na Avenida Paulista, o ex-presidente, suspeito de planejar uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no Poder após perder as eleições de 2022, pediu anistia para os “pobres coitados presos em Brasília”. Levantamento do Datafolha de 29 de março mostrou que 63% dos brasileiros rejeitam a ideia de extinção de punibilidade dos golpistas.
A Praça dos Três Poderes, palco dos atos de vandalismo, também foi mencionada pela primeira-dama que, em janeiro, criticou a conservação do espaço. Para Janja, o local que teve as pedras portuguesas arrancadas do piso e arremessadas contra estruturas é um “símbolo da democracia” e precisa estar “apresentável”.
Neste mês, o edital de licitação para a contratação do projeto de revitalização do local foi lançado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) após o governo federal incluir a obra entre os 105 projetos de preservação do patrimônio histórico que serão custeados pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O custo para a fase de planejamento do restauro é de R$ 993 mil, valor maior do que o previsto anteriormente.