O Japão adotou novas metas de descarbonização para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 70% em relação aos níveis até 2040, com base nos patamares de 2013. O objetivo é alcançar a neutralidade de carbono até 2050. As metas incluem reduzir as emissões em 60% até 2035 e em 73% até 2040. Essas metas foram estabelecidas no Acordo de Paris e serão apresentadas à ONU.

O novo plano substitui a versão de 2021 e prevê que fontes renováveis forneçam até metade da eletricidade do país até 2040, além de maximizar o uso de energia nuclear para atender à crescente demanda na era da inteligência artificial (IA).

Com isso, o Japão encerra a política de eliminação da energia nuclear adotada após o desastre de Fukushima, em 2011. A meta é que a energia nuclear represente 20% da matriz energética em 2040, enquanto as renováveis devem subir para 40-50% e o uso de carvão deve cair para 30-40%.

No entanto, expandir a energia nuclear enfrenta desafios devido ao rigoroso processo de aprovação e à oposição de comunidades locais.

Para alcançar a meta de 20%, quase todos os 33 reatores utilizáveis teriam que ser reativados. Em 2023, a energia nuclear representou apenas 8,5% da eletricidade do país, com apenas 13 reatores em operação.

O plano prevê acelerar a reativação de reatores que cumpram os padrões de segurança pós-Fukushima e construir reatores de nova geração nos locais onde os antigos estão sendo desativados.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, visitou a usina nuclear Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo, enquanto a instalação se prepara para reativar dois de seus sete reatores.

O governo japonês apoia essa reativação como parte de seus planos energéticos e climáticos, o que ajudaria a operadora Tokyo Electric Power Company Holdings a lidar com os altos custos de descomissionamento de Fukushima Daiichi. No entanto, a reativação ainda enfrenta resistência de moradores da região. Fonte: Associated Press.