27/01/2023 - 11:17
Pela primeira vez, o Ministério da Saúde do Japão decidirá, em breve, se irá autorizar a venda de pílulas abortivas, após a proposta receber apoio do grupo de especialistas governamentais nesta sexta-feira (27).
Embora o aborto tenha apoio legal no Japão até a 22ª semana, a única opção disponível é a cirurgia. Além disso, o cônjugue, ou o parceiro, deve concordar com o procedimento.
Em dezembro de 2021, a empresa farmacêutica britânica Linepharma pediu às autoridades japonesas que aprovassem sua pílula abortiva, que pode ser utilizada nas primeiras semanas de gravidez.
Medicamentos similares estão sendo aprovados em muitos outros países. Na França, primeiro país a autorizar a pílula abortiva, o comprimido está disponível desde 1988 e, nos Estados Unidos, desde 2000.
A proposta foi analisada por um conselho de especialistas, e eles “não viram qualquer problema em aprová-la”, destacou uma fonte do ministério, em conversa com a AFP.
Segundo os portais de notícia japoneses, o medicamento poderá ser prescrito legalmente pelos médicos a partir de março.
Antes, porém, o governo solicitará primeiro uma bateria de opiniões e consultará um conselho de revisão de alto nível, devido “ao grande interesse público que este tema levanta”, acrescentou a mesma fonte do ministério.
Os abortos cirúrgicos não estão na cobertura do seguro de saúde pública do Japão e podem custar entre 100.000 e 200.000 ienes (de US$ 800 a US$ 1.500). Os abortos tardios são, às vezes, até mais caros.
Alguns ativistas também pressionam o governo japonês para que melhore o acesso à pílula do dia seguinte, que evita a gravidez.
Por enquanto, esta pílula não pode ser adquirida sem prescrição médica, além de ser o único medicamento que deve ser tomado na frente de um farmacêutico para evitar seu comércio no mercado negro.