25/02/2022 - 0:23
Esportistas do Shakhtar e do Dynamo publicaram vídeo com apelo a Brasília. Ministro das Relações Exteriores afirmou nesta quinta que retirada de brasileiros será feita quando houver “condições ideais de segurança”.Brasileiros que são jogadores de futebol nos dois maiores clubes da Ucrânia lançaram nesta quinta-feira (24/02) um apelo às autoridades brasileiras e relataram que estão encurralados pela invasão russa no país.
Um grupo de jogadores do Shakhtar Donetsk e do Dynamo Kyiv publicou um vídeo com suas famílias, gravado em um hotel, no qual pedem o apoio das autoridades brasileiras. Um jogador uruguaio, Carlos de Pena, do Dynamo, também participou da gravação. Eles relatam que as fronteiras estavam fechadas e que os estoques de combustível tinham acabado.
“Realmente o desespero é alto. Estamos vivendo um kaos (sic)”, escreveu Marlon Santos, zagueiro do Shakhtar, no Instagram. “Estamos tendo apoio do nosso clube. Mas o desespero é agonizante. E esperamos um apoio do nosso país. Falamos em nome de todos os brasileiros na Ucrânia.”
O atacante brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, repostou o vídeo em sua conta no Instagram e disse que estava orando pelos jogadores na Ucrânia. Grandes clubes brasileiros também compartilharam o vídeo e pressionaram autoridades a tomarem medidas.
Mensagens semelhantes foram postadas por jogadores brasileiros que vivem em outros locais na Ucrânia, como o atacante Marlyson e dois colegas de equipe do Metalist 1925, na cidade de Kharkiv, no nordeste do país e próxima da fronteira russa.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, afirmou nesta quinta-feira, durante uma transmissão ao vivo em redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que os brasileiros que estão na Ucrânia serão retirados do país quando houver “condições ideais de segurança”. Ele disse que a intenção do governo é transportar os brasileiros por via terrestre para países vizinhos, como Polônia e Romênia.
França também pediu aos brasileiros no país que tenham paciência e procurem se dirigir a regiões seguras e abastecidas com alimentos. Segundo o Itamaraty, há cerca de 500 brasileiros que atualmente moram na Ucrânia.
Na mesma live, Bolsonaro disse que está empenhado “no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”, mas limitou-se a dizer que defende a paz na região e não criticou a Rússia pela invasão do país. Nesta quinta, Bolsonaro também desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão por uma declaração feita por ele que criticava Moscou pela invasão da Ucrânia.
Os jogos de futebol da liga ucraniana foram suspensos indefinidamente nesta quinta-feira, após a decretação de lei marcial no país.
Clubes ucranianos recrutam há muito tempo jogadores brasileiros para melhorar seu desempenho em campo e lucrar no mercado de transferências. Os jogadores brasileiros em ascensão, por sua vez, veem a liga ucraniana como uma vitrine para mostrar suas habilidades aos clubes das maiores ligas europeias, especialmente se jogarem no Shakhtar e no Dynamo, que integram a Liga dos Campeões da UEFA. O Shakhtar tem hoje 11 jogadores brasileiros na sua equipe.
bl (AP)