23/11/2022 - 12:29
Por Karolos Grohmann
DOHA (Reuters) – Os jogadores da seleção da Alemanha cobriram suas bocas durante a foto do time antes do jogo contra o Japão na estreia das duas equipes no Grupo E da Copa do Mundo do Catar nesta quarta-feira, em meio à controvérsia gerada pela proibição da Fifa ao uso da braçadeira “OneLove”, em solidariedade à comunidade LGBT.
Todos os jogadores alemães participaram do gesto diante de dezenas de fotógrafos em campo antes do pontapé inicial, após a Fifa ter ameaçado sete times europeus com punições caso usassem a braçadeira que simboliza a diversidade e a tolerância.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, sentada ao lado do presidente da Fifa, Gianni Infantino, exibia a braçadeira enquanto conversava com a autoridade do futebol.
Anteriormente, ela havia criticado a Fifa, dizendo que a ameaça de sanções foi um erro e um comportamento inaceitável.
“Isso não está certo, como as federações estão sendo pressionadas”, disse Faeser durante uma visita a um evento da federação alemã em Doha antes do jogo.
“Nos tempos de hoje, é incompreensível que a Fifa não queira que as pessoas defendam abertamente a tolerância e sejam contra a discriminação. Isso não se encaixa em nossos tempos e não é apropriado para as pessoas.”
Um comunicado da Federação Alemã de Futebol (DFB) afirmou: “Queríamos usar nossa braçadeira de capitão para defender os valores que mantemos na seleção alemã: diversidade e respeito mútuo. Junto com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida”.
“Não se tratava de fazer uma declaração política –os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser garantido, mas ainda não é o caso. É por isso que esta mensagem é tão importante para nós. Negar-nos a braçadeira é o mesmo que nos negar a voz. Mantemos nossa posição.”
A homossexualidade é ilegal no Catar.