Durante séculos, o Brasil foi conhecido por ser o país do ouro e dos diamantes. Toneladas e toneladas das riquezas eram carregadas em navios e enviadas ao Velho Mundo. Ainda hoje, as preciosidades do País são cobiçadas. Mas sob outras formas: colares, anéis, brincos e pulseiras. As jóias típicas brasileiras tornaram-se um produto de charme e exotismo aos rigorosos olhos dos joalheiros europeus. Prova disso é que de 12 a 27 de novembro acontece, na
Gallery 32, em Londres, a exposição Brazilian Jewellery Show ? Inspired by Nature, uma mostra com peças criadas por dez designers brasileiras. Em dezembro, o evento segue para Milão. ?Vamos apresentar um conceito totalmente novo para os europeus?,
diz Virginia Moraes, curadora da exposição. ?É a biodiversidade
do Brasil nas jóias.?

A explicação subjetiva se traduz em peças que mesclam ouro e pedras preciosas com sementes, palha, pele de peixe e até flores secas. Um contraste que, aos poucos, vai ganhando espaço no Olimpo da ourivesaria mundial. Para mostrar o talento brasileiro na arte da joalheria foram escolhidos designers de todas as regiões do País. O Norte, por exemplo, será representado por Brenda Vidal. Ela vai expor um colar em ouro, turmalinas verdes e palha de buriti, um material que é extraído apenas em Belém, no Pará. Virgínia Moraes aparece com um anel de prata com flores
secas do cerrado. Carmem De Lamonica, do Centro-Oeste, esbanja ousadia em um colar de prata com peles de peixe. Já a paulista Cris Koelle surge com peças em ouro e madeiras típicas como tajuba e pau-ferro. ?Elas são a cara do Brasil?, diz ela. ?Mostra a diversidade ecológica do País.?

O que torna as jóias brasileiras peças especiais é o modo como são produzidas. Além de serem artesanais, esbanjam criatividade. A designer Ruth Grieco, dona de prêmios internacionais, que o diga. ?Não temos que desenvolver peças seguindo tradições como acontece na escola européia?, diz ela. ?Somos livres para criar e desenvolver nossas próprias técnicas.?