20/09/2006 - 7:00
As grandes grifes da joalheria internacional como a americana Tiffany, a francesa Cartier, a italiana Bulgari e, até mesmo, a brasileira H.Stern têm um batalhão de designers e mestres da ourivesaria em suas linhas de produção. Mas, como grandes indústrias do luxo, seus produtos seguem uma linha uniforme, são produzidos e vendidos em larga escala. Esse movimento, na contramão da moda da customização, fez surgir uma outra indústria do luxo: a joalheria de autor. É um fenômeno que tem conquistado as clientes que buscam peças personalizadas, cunhadas sob medida. ?Não há concorrência direta com as grandes marcas. Enquanto as grifes têm estilos próprios, cada designer independente tem grande liberdade para criar?, diz Ruthi Dabbah, especialista em jóias e curadora do Jóia Prime, um evento recentemente realizado na loja Clube Chocolate, em São Paulo, e que reuniu 18 profissionais do ramo. Ali, os grandes talentos brasileiros mostraram as tendências que fazem as jóias serem vistas como obras de arte. ?Hoje o destaque fica por conta dos adornos?, diz Dabbah.
Estima-se que a cada ano são formados mais de 150 designers de jóias no Brasil. Bettina Terapins é uma delas. Há 15 na profissão, ela já possui mais de mil clientes e garante que a joalheria de autor é uma tendência sem volta. ?Quem conhece o nosso trabalho sabe que não se compara à joalheria clássica?, diz. De fato, é possível reconhecer de longe a diferença. A ousadia das formas e a combinações de cores ? que permite que o verde que não seja o da esmeralda e o rosa que não seja o da safira ? se destacam pela forte personalidade. A mistura de materiais, como madeira e ouro, explorada por Bettina, também é outra característica marcante da atividade. Mas nem por isso as peças perdem seu caráter precioso. ?Não é bijuteria?, adverte Dabbah. ?É a jóia democratizada?.