Houve uma época em que as jóias das principais dinastias européias eram produzidas por um joalheiro francês. Em 1780, Etienne Nitot, o jovem mestre na arte de confeccionar peças únicas, encantou a corte de Napoleão e a imperatriz Josephine com suas criações. Em pouco tempo, a Chaumet, nome da grife do artesão, se tornou a queridinha da família real inglesa, de marajás indianos e de monarcas do mundo inteiro. Passados mais de 200 anos, ela ainda exibe o resplendor do século 18. Adaptou-se, contudo, ao mundo moderno e deixou de fabricar jóias apenas para quem ostenta sobrenomes reais. Hoje, a turma de sangue azul foi substituída pela elite com dinheiro no bolso. No Brasil, as artes da Chaumet são representadas pela Collection, com duas lojas no País, uma em São Paulo e a outra, em Fortaleza. ?O cliente pode encomendar a jóia do modo que quiser?, diz Francisco Campelo, diretor da Collection ?É como na alta costura, tudo feito sob medida.?

A Collection é hoje uma espécie de Daslu da alta joalheria, numa referência à butique paulistana. São espaços comerciais que agrupam peças exclusivas. Além da Chaumet, vende colares, brincos e anéis de marcas consagradas como De Grisogono, Stefan Hafner e Chopard. ?Esta última é uma marca de altíssima qualidade?, diz Júlio Sato, diretor do Richemont, grupo que é dono das principais marcas de luxo do mundo. Clientes não faltam. Na loja localizada em frente ao Hotel Fasano, no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo, já foram comercializadas peças de mais de R$ 500 mil. E isso ainda é pouco perto do desafio que a Collection tem pela frente. Uma empresária do setor hoteleiro encomendou uma jóia confeccionada com um diamante rosa de sete quilates. ?Estamos procurando em todo o mundo uma pedra como essa?, diz Campelo. Se encontrá-la terá razões de sobra para sorrir. Motivo: o preço estimado é de US$ 5 milhões.