26/06/2014 - 8:40
Um jornalista egípcio-canadense da Al-Jazeera condenado a 7 anos de prisão no Egito doou 1.500 euros a um fundo de apoio à economia criado pelo presidente egípcio, anunciou seu irmão à AFP.
Mohamed Fadel Fahmy foi condenado na segunda-feira junto a dois colegas do serviço anglófono da Al-Jazeera depois de ser declarado culpado de apoiar a Irmandade Muçulmana do ex-presidente islamita Mohamed Mursi, destituído há quase um ano pelo marechal Abdel Fatah al-Sissi, que acaba de ser eleito em seu lugar.
Em um recente discurso, Sissi declarou que doará “metade de seu salário e de seus bens ao Egito” e pediu aos seus compatriotas que fizessem o mesmo.
“Quando fomos visitá-lo na prisão, Mohamed nos pediu que fizéssemos uma doação de 15.000 libras egípcias (1.500 euros; 2.000 dólares) ao fundo Tahya Masr” (“Viva Egito”, em árabe), declarou à AFP Abdel Fadel Fahmy, depois de ter realizado a doação.
Perguntado se esta é uma estratégia de seu irmão para obter um indulto presidencial, afirmou que “não tinha nada a ver” e acrescentou que “sua família também não esperava que uma modesta doação garantisse o indulto”.
“Mohamed quer diferenciar seu amor pelo Egito e sua decepção e raiva com a condenação. Sempre foi um patriota e sente que a economia egípcia precisa de apoio”, disse o irmão do jornalista chefe de redação da rede catariana no Cairo antes que as autoridades a fechassem.
Desde as revoltas de 2011 e as muitas crises que se seguiram, a economia do Egito está em ruínas pela queda do turismo e pela fuga de capitais.
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