06/06/2022 - 15:32
O jornalista inglês Dom Phillips, do jornal britânico The Guardian, e o indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), estão desaparecidos na região do Vale do Javari, na Amazônia, desde domingo, 5. O Exército, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal foram acionados para promover buscas à dupla.
Pereira sofria ameaças constantes de invasores e garimpeiros que atuavam em terras indígenas. O indigenista é um exímio conhecedor da região e a falta de contatos após um dos deslocamentos é vista com bastante preocupação.
A confirmação do desaparecimento foi feita em um comunicado emitido pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi).
Segundo o informe, Phillips e Bruno Pereira estavam numa expedição para visitar a equipe de Vigilância Indígena localizada próxima à base da Funai no Rio Ituí. O jornalista faria entrevistas com indígenas da região. Ambos chegaram ao local na noite de sexta-feira, 3.
No domingo, 5, retornavam para Atalaia do Norte e pararam na comunidade ribeirinha São Rafael, em uma visita pré-agenda, para que Bruno Pereira fizesse uma reunião com um líder comunitário para discutir a vigilância do território, alvo de constantes invasões.
Após o encontro, eles continuaram a viagem em direção a Atalaia. O percurso levaria cerca de duas horas. A previsão de chegada era para entre 8 horas e 9 horas de domingo.
No início da tarde de domingo, uma equipe da Univaja partiu para fazer buscas à dupla, sem sucesso. No fim da tarde, outra equipe partiu da cidade de Tabatinga (AM), mas também retornou sem informações sobre o indigenista e sobre o jornalista.
Eles viajavam, segundo a nota das entidades, em uma embarcação nova e tinham combustível suficiente para a expedição.
“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, o Ministério Público Federal em Tabatinga, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e o Indigenous Peoples Rights International”, ressalta a nota.
Dom Phillips e Bruno Pereira já haviam percorrido a região em 2018, quando o repórter inglês escreveu sobre tribos isoladas da Amazônia para o The Guardian. O Vale do Javari tem a maior concentração de povos isolados no mundo.
Em uma publicação feita nesta segunda, um porta-voz do jornal manifestou preocupação com o desaparecimento. “O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, frisou.
Bruno Pereira, indigenista que acompanhava Dom Phillips, sofria ameaças de invasores e garimpeiros
Bruno Pereira, indigenista que acompanhava Dom Phillips, sofria ameaças de invasores e garimpeiros Foto: Bruno Jorge/Divulgação/Funai
Eles viajavam, segundo a nota das entidades, em uma embarcação nova e tinham combustível suficiente para a expedição.
“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, o Ministério Público Federal em Tabatinga, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e o Indigenous Peoples Rights International”, ressalta a nota.
Dom Phillips e Bruno Pereira já haviam percorrido a região em 2018, quando o repórter inglês escreveu sobre tribos isoladas da Amazônia para o The Guardian. O Vale do Javari tem a maior concentração de povos isolados no mundo.
Em uma publicação feita nesta segunda, um porta-voz do jornal manifestou preocupação com o desaparecimento. “O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, frisou.