José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), concordou na terça-feira em ser extraditado para os Estados Unidos, anunciou o Escritório Federal de Justiça (FOJ), em Berna.

Por razões de segurança, a Suíça não divulgará qualquer informação sobre quando o detento será extraditado, acrescentou o FOJ.

O ex-dirigente brasileiro, de 83 anos, é um dos sete dirigentes ou ex-dirigentes da Fifa detidos em Zurique no final de maio a pedido da justiça dos Estados Unidos.

A justiça americana pediu a extradição de Marin e dos demais detidos por suspeita de aceitar subornos de mais de 100 milhões de dólares.

O pedido formal de extradição apresentado em 1º de julho de 2015 pelos Estados Unidos para a Suíça é baseado em um mandado de prisão de 20 maio de 2015 emitido pela procuradoria de Nova York.

José Maria Marin é suspeito de ter aceitado e partilhado com outros líderes subornos ligados à atribuição de direitos de marketing para as Copas América de 2015, 2016, 2019 e 2023, e para a Copa do Brasil de 2013 a 2022.

Marin teria supostamente dividido essas propinas com outros dirigentes. O texto da FOJ diz ainda que as ações do ex-dirigente brasileiro teriam resultado em fundos sendo desviados de duas confederações continentais da Fifa, bem como da CBF.

Inicialmente, José Maria Marin havia rejeitado a extradição. Acredita-se que essa mudança de atitude foi um pedido do próprio Marin para poder reduzir seu tempo de prisão em Zurique. Uma apelação poderia valer ao brasileiro outros cinco meses de detenção na Suíça.

De acordo com a lei de assistência jurídica mútua internacional, a polícia dos Estados Unidos tem dez dias para levá-lo para o país.

Além de Marin, apenas Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf e ex-vice-presidente da Fifa, aceitou a extradição aos Estados Unidos e foi entregue às autoridades americanas em 15 de julho.

Para responder em liberdade, mas sob supervisão do FBI, Webb fez um acordo com a justiça americana de 10 milhões de dólares. Para pagar o valor acordado, o dirigente das Ilhas Cayman precisou entregar carros, relógios, propriedades da família e até joias da esposa.

Um acerto parecido poderia ser feito por Marin, que possui um apartamento em Nova York, onde acontece o processo.

Os outros cinco detidos se opõe às extradições aos Estados Unidos e anunciaram que apresentarão um recurso no Tribunal Penal Federal contras as extradições aceitas pelo FOJ nas últimas cinco semanas.

Até este momento, o uruguaio Eugênio Figueredo, ex-vice-presidente da Fifa, e Rafael Esquivel, ex-presidente da Federação Venezuelana, já apresentaram recursos.