19/06/2017 - 18:27
A jovem de 17 anos que foi acorrentada pela mãe para impedir que usasse crack estava foragida desde sábado, 17, da instituição em que havia sido abrigada pelo Conselho Tutelar de Sorocaba, no interior de São Paulo. Ela foi encontrada nesta segunda-feira, 19, pela mãe, a auxiliar de cozinha Solange Bueno dos Santos, de 43 anos, em uma “minicracolândia” da cidade. A garota tinha consumido crack e se prostituído para conseguir a droga. No fim da tarde, o Conselho Tutelar conseguiu uma ordem judicial para a internação involuntária da jovem.
A adolescente tinha sido levada para uma instituição que atende crianças em risco depois que a Guarda Civil Municipal a resgatou de sua casa, no bairro Nova Esperança, onde era mantida acorrentada pela mãe, ao pé de um guarda-roupa, havia 43 dias.
Os guardas foram à residência na companhia de conselheiros tutelares, depois de receberem uma denúncia anônima. Foi necessário romper o cadeado da corrente com um alicate para soltar a garota, que aparentava desnutrição. A mãe contou que decidiu prender a filha para evitar que fosse morta, pois devia dinheiro para traficantes e tinha sido ameaçada. Ela alegou ter procurado ajuda para tratamento, mas não conseguiu apoio.
A mulher, que vai responder a processo por maus tratos, soube que a filha tinha fugido do abrigo por uma vizinha, que viu a garota na “minicracolândia”. A mãe foi até o local e não achou a menina, mas decidiu dar buscas pela cidade. Somente nesta segunda-feira, Solange encontrou a filha em outro ponto coletivo de consumo de drogas.
Com a ajuda de um vizinho, conseguiu colocar a jovem em um carro e a levou ao Conselho Tutelar. Com a autorização dada pela Justiça, a garota será internada em uma clínica estadual para reabilitação de dependentes químicos, ligada ao Hospital das Clínicas de Botucatu.
O vereador Rodrigo Manga (DEM), que auxiliou a mãe na busca pela garota, vai propor a criação de uma secretaria especial para tratamento de dependentes químicos, em Sorocaba. Levantamento feito pela Câmara indicou a existência de 40 “minicracolândias” na cidade. A prefeitura informou, em nota, que o Conselho Tutelar acompanha o caso da jovem e que ela “está sob atenção de uma equipe multidisciplinar que deve garantir condições para seu atendimento e plena recuperação”.