SÃO PAULO (Reuters) – Analistas do JPMorgan elevaram a recomendação das ações da fabricante de bebidas Ambev para ‘overweight’, de ‘neutra’ anteriormente, bem como definiram em 17 reais o preço-alvo do papel para o final de 2023, de 15 reais para o final de 2022.

Às 11h, as ações ordinárias de Ambev avançavam 4,4%, a 14,40 reais, melhor desempenho do Ibovespa, índice referência da bolsa paulista, que caía 0,5%. No ano, o papel ainda acumula declínio ao redor de 6,5%.

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“Nós enxergamos os preços de commodities mostrando alívio – indicando um ponto de virada nas margens em 2023 – como a peça que faltava no quebra-cabeça para um ‘upgrade’ tático”, afirmaram Lucas Ferreira e equipe em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.

Eles citam que o rastreamento de preços do banco indica que a execução da receita está “no ponto”, com a empresa elevando os preços sem perda significativa de elasticidade ou volume.

Em seu “quebra-cabeça”, a equipe do banco norte-americano também menciona expectativa de que a demanda por cerveja no Brasil no segundo semestre deve ser sustentada por aumento das transferências de renda para a população, Copa do Mundo e melhora do clima em julho, entre outros fatores.

Os analistas afirmaram ainda ver a marca Heineken superando o desempenho do mercado em razão do seu forte valor de marca e aumento da capacidade de produção. Mas destacaram que sua pesquisa com consumidores mostra que a preferência pela marca Ambev vem se recuperando impulsionada pela inovação.

“Além disso, vemos que a Ambev está bem posicionada para competir no segmento de mercado ‘core plus’ de rápido crescimento com Brahma DM e Spaten apresentando bom desempenho”, escreveram eles, acrescentando que as estratégias digitais BEES e Zé Delivery devem ajudar a resiliência da Ambev nesses canais.

Para Ferreira e equipe, a concorrência está finalmente se tornando uma preocupação secundária para a tese de investimento da companhia.

Os analistas elevaram a projeção para o Ebitda de 2022 da Ambev em 1%, para 23,283 bilhões de reais, com margem Ebitda de 28,9% e lucro líquido consolidado de 12,74 bilhões de reais, citando que são estimativas conservadoras, uma vez que implicam estimativa de crescimento orgânico do Ebitda de 8%, enquanto a companhia espera ao menos 11%.

Para 2023, eles aumentaram em 13% a projeção para o Ebitda, a 26,439 bilhões de reais, com margem de 29,8%. O prognóstico para o lucro líquido consolidado aumentou em 14%, para 14,188 bilhões de reais.

 

(Por Paula Arend Laier; edição de André Romani)

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