25/06/2019 - 12:36
Fundada em São Paulo há cinco anos, a J!Quant, liderada pelo CEO Dionisio Chiuratto Agourakis analisa massas de dados e cria algoritmos que aumentam a eficiência de aspectos fundamentais de uma atividade, como redução de desperdícios, conquista de clientes, lançamento de produtos e otimização da logística.
Qual atividade que a J!Quant exerce. Equipe conta com quantos integrantes?
A J!Quant é uma consultoria especializada em consultoria de dados , aplicamos a tecnologia aliada à estatística, matemática e inteligência artificial para entregar resultados a nossos clientes. Nossos clientes são companhias de todos os portes e setores da economia. Atualmente conta com 7 integrantes.
Como é construída a relação com as empresas no sentido da disponibilidade das empresas para compartilharem seus bancos de dados? Observam benefícios
A J!Quant é uma empresa de ciência de dados , costuma utilizar o termo : “empresa de conhecimento”. O trabalho é desenvolvido em cima de auto valor agregado e auto conhecimento agregado. Existe uma interação com empresas de vários setores, em sua maioria multinacionais, que se dá no sentido do que a empresa gostaria que acontecesse. Quais decisões que precisam ser tomadas. A J!Quant percebe qual inteligência que deve construir para atingir os resultados esperados. Para que isso aconteça, a matéria – prima utilizada são os dados disponibilizados pelas empresas, primeiramente fazemos o desenvolvimentos dos algoritmos e depois implementamos eles dentro da operação da empresa.O benefício é que uma cultura de dados começa a emergir na empresa, conforme o trabalho da J!Quant vai sendo realizado.
Como foi a seleção da J!Quant para participar do programa Intel Builders ?
A Intel é fabricante de processadores, e alguns deles são utilizados para cargas de inteligência artificial, desse modo a Intel busca empresas que desenvolvem esses algoritmos, e a inteligência artificial. Dentro desse programa, existe um comitê que analisa de maneira técnica o tipo de tecnologia que as empresas utilizam, exige que a empresa produza a inteligência artificial, para que seja possível fazer um case, de maneira colaborativa que identifique o código que funciona melhor no chip da Intel.
O que vocês definem exatamente como “genuinamente” no campo da inteligência artificial ?
Quando a gente fala que promovemos o “genuinamente”, é porque nós de fato construímos e desenvolvemos o algoritmo, modelo de inteligência artificial do zero , para resolver os problemas daquela empresa específica e poucas empresas de fato fazem isso. A empresa passa a ser dona da inteligência criada , não apenas resolvemos o problemas, mas ensino a empresa a resolver, e foi por isso que fomos selecionados para fazer parte desse programa.
Então podemos pressupor que as demais experiências de I.A. não são genuínas ?
Não. Se há uma solução pronta para todo mundo, ela ainda pode ser chamada de inteligência artificial, não deixa de ser, mas como não foi feita pensando na empresa especificamente, você perde grande parte da possibilidade de conectar essa inteligência com outras inteligências do setor; para que a empresa passe a se basear em dados. Nesse sentido, existe também no mercado ofertas que usam os termos algoritmos, mas que de fato, não a alguma coisa inteligente que seja vigente .
Quando humanos ganham microsalários nos chamados microjobs, como fazem alguns gigantes de tecnologia (google, amazon, facebook), para “treinar as máquinas” isso não cabe como experiência genuína?
Com certeza. Toda inteligência artificial decorre de algum conhecimento que a pessoa tem, ele pode ser explícito ou de maneira implícita. Temos que pensar sempre que não é porque temos humanos envolvidos que o sistema deixa de ser uma inteligência artificial e também, não é por isso que nós não precisamos dos humanos. O grande desafio das empresas é pensar no conjunto entre a inteligência artificial e os profissionais humanos, e melhorar nesse sentido.
Em que momento questionamentos éticos e morais cabem num processo tão acelerado e competitivo quanto a tecnologia e novas fronteiras como a I.A.?
Os questionamentos éticos acontecem, de duas grandes maneiras; explícita e implícita. Temos que ter um cuidado para lidar com esse assunto, temos a distopia que a inteligência artificial vai acabar com tudo,não é verdade, porque a grande maioria do trabalho, a I.A. não vai fazer sozinha, na realidade vai melhorar o desempenho das pessoas ao realizarem seus trabalhos. A pergunta a ser feita é : Que tipo de variáveis eu posso eticamente colocar no meu modelo, por exemplo é correto colocar idade, gênero,entre outros. Essas são perguntas implícitas no processo mas que carregam um viés, e se possui um viés racista,sexista, por exemplo gera um problema ético