Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Irlanda, Gabriel Makhlouf acredita que o cenário econômico será “suficientemente claro” em junho, com informações especialmente sobre dinâmicas salariais, para que o banco central “tenha confiança em tornar a política monetária menos restritiva”.

Em nota, Makhlouf argumenta que o processo contínuo de desinflação gera espaço para uma mudança na política monetária e afirma que está aberto sobre quando o início dos cortes deve acontecer, embora defenda junho como o mês ideal.

No entanto, o dirigente alerta que a postura dependente de dados também significa “manter a mente aberta sobre a trajetória dos juros em geral”, incluindo sobre a necessidade de mantê-los restritivos por mais tempo. Entre os riscos, Makhlouf destaca possível repique da inflação graças a choques econômicos ou a forte avanço salarial, o que poderia interromper o retorno dos preços à meta de 2% no médio prazo.

“A história da política monetária nos mostra que decisões apressadas tendem a ser ruins. Paciência é uma virtude”, escreveu o dirigente, acrescentando que o BCE precisa equilibrar as incertezas e decidir com base nas evidências apresentadas.

De acordo com Makhlouf, o banco central monitorará de perto em futuras decisões monetárias: a inflação doméstica elevada, pressionada pelos preços de serviços e avanço salarial; e os riscos de baixa para o crescimento econômico da zona do euro.