Dois anos depois de faturar US$ 500 milhões com a venda da Arisco, o empresário João Alves de Queiroz Filho, mais conhecido como Júnior, está de volta ao mercado de bens de consumo. Impedido por contrato de atuar na área de alimentos até 2005, Júnior anunciou na última semana a criação da Prátika Industrial, empresa que irá atuar no segmento de higiene e limpeza e que nasce com 12% do mercado de lã de aço. Trata-se de uma retomada de controle. Afinal, a marca Prátika pertencia a Júnior e foi vendida com a Arisco em 2000 para a Bestfoods, que por sua vez foi adquirida mundialmente pela Unilever.

?Temos projetos de expansão e muito interesse em novas linhas e produtos?, afirma o executivo Nelson Mello, que nos últimos dois anos seguiu os passos da Prátika em todas as
mudanças de controle e agora assume como diretor-presidente. A empresa estréia com as marcas de lã de aço e esponja sintética Assolan, Prátika, Pertuto e Help. Para a compra das quatro marcas foram investidos R$ 35 milhões.

Com expectativa de faturar R$ 60 milhões no primeiro ano, a Prátika é a maior empresa da grupo Queiroz Filho, cuja holding chama-se Monte Cristalina. Como chairman da Monte Cristalina, Júnior deixa a área operacional dos negócios para virar um investidor. ?A Monte Cristalina é um catalisador de negócios, fazendo investimentos próprios ou trazendo dinheiro de fora?, explica Cláudio Bergamo, diretor de planejamento da holding. Além da área de bens de consumo, os interesses do grupo estendem-se para o ramo de telecomunicações. Em abril de 2001, Júnior investiu US$ 1 milhão na Interair, empresa de telecomunicações de Alphaville, grande São Paulo. Afiliado da rede SBT em Goiás e controlador de uma rádio popular naquele Estado há mais de dois anos, Júnior está investindo também na modernização das emissoras.