27/05/2024 - 10:28
A taxa média de juros no crédito livre recuou em abril ante março. O porcentual passou de 40,5% para 40,4% ao ano, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central (BC). No quarto mês de 2023, a taxa estava em 44,7%.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,4% para 53,0% ao ano de março para abril.
No segmento de pessoas jurídicas, a taxa foi de 20,9% para 21,3% entre os dois meses.
Cheque especial
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu entre março e abril, de 128,1% ao ano para 129,9% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,4% para 42,5% ao ano.
Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.
Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Veículos
Os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 25,4% ao ano em março para 25,5% em abril.
Operações livres e direcionadas
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,2% ao ano em março para 28,0% ao ano em abril.
No quarto mês de 2023, estava em 31,9%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) ficou estável em 21,9% ao ano na passagem de março para abril.
O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread em operações de crédito apresentou queda em abril, ao nível mais baixo em pouco mais de um ano. Dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 30,1 pontos porcentuais em março para 29,6 pontos porcentuais em abril. É o menor spread desde dezembro de 2022 (28,8 pontos).
No segmento pessoa física, o spread passou de 42,9 para 42,1 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio variou de 10,7 para 10,8 pontos porcentuais na passagem de março para abril.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
O spread médio do crédito direcionado passou de 4,1 pontos porcentuais em março para 4,2 em abril. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 19,4 para 19,2 pontos porcentuais entre os dois meses.
Inadimplência
De acordo com o BC, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos teve alta entre março e abril, passando de 4,5% para 4,6%.
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,4% para 5,5% de um mês para o outro. No caso das empresas, passou de 3,2% para 3,3% no período.
Já a inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) ficou estável em 1,4% na passagem de março para abril.
O dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência também permaneceu em 3,2% entre março e abril.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de março em 48,0%, ante 47,8% registrado em fevereiro, e revisado nesta divulgação. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%).
Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,1% no terceiro mês de 2024, ante 30,0% em fevereiro, dado também revisado na divulgação realizada nesta segunda-feira pela autoridade monetária.
O Desenrola Brasil terminou em maio, beneficiando 15,06 milhões de pessoas com a negociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas – valor que corresponde a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o Ministério da Fazenda, foi registrada uma redução de 8,7% da inadimplência entre a população mais vulnerável do País, considerada público prioritário do programa. Deste grupo, foram alcançados 5 milhões de pessoas, com a negociação de R$ 25,43 bilhões em débitos
Conforme os dados do BC para o mês de março, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou em 26,5%. Em fevereiro, o porcentual era de 25,7%.
O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda variou de 23,6% para 24,4% de fevereiro para março.