Papéis avulsos

 

O tão esperado corte nas taxas de juros dos cartões de crédito, que já começou a acontecer em bancos públicos e privados (confira aqui), afetou as empresas de varejo. Na terça-feira 26, os papéis de Lojas Marisa, Magazine Luiza e Lojas Renner amargaram perdas entre 2,7% e 4,2%, devido ao temor de redução do ganho das operações de financiamento próprias. Segundo Osmar Sanches, da consultoria Lafis, é preciso avaliar a relevância do lucro não operacional das empresas. “Para o resultado com vendas, a queda das taxas é positiva, mas, se depender muito dos produtos financeiros, pode haver esta perda”, diz Sanches. No geral, o setor é atrativo. “No entanto, é preciso aguardar a reação do consumidor ao corte nos juros, que é recente”, diz.

 

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Energia


Equatorial fica com a Celpa

 

A Equatorial Energia fechou a compra da distribuidora paraense de energia Celpa por R$ 1, assumindo 39,1 milhões de ações de emissão da companhia. Com a transação, a empresa passa a ter 61,3% do capital social da distribuidora. A Celpa, que atende 1,8 milhão de clientes no Pará, estava em recuperação judicial, desde março, e era a única das nove distribuidoras de energia do Grupo Rede que não sofreu intervenção pelo governo, no fim de agosto.

 

 

 


Pagamentos


O desafio da Cielo

 

A pressão do governo sobre o segmento de cartões de crédito derrubou as ações da processadora Cielo, presidida por Rômulo Dias. A redução das taxas e a expectativa de incidência de juros nas compras parceladas deve desestimular o uso dos cartões, o que afetou os prognósticos com relação à empresa. “A consequência pode ser uma queda nos pagamentos com cartão”, diz Henri Evrard, analista da Infinity Asset. A queda de juros também afeta o humor dos investidores. “Os juros altos subsidiavam os parcelamentos, e isso desapareceu”, afirma. Evrard, que recomenda não fazer apostas no papel. Segundo ele, a saída da Redecard do mercado também atrapalha, pois não há mais base de comparação. 

 

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Entretenimento


Time for Fun perde Cirque du Soleil

 

A IMX, empresa de entretenimento do Grupo EBX de Eike Batista, anunciou, na terça-feira 25, uma parceria com o Cirque du Soleil, pela qual comprou o direito de promover os espetáculos do grupo canadense na América do Sul. No dia do anúncio, as ações da Time For Fun, empresa que atualmente promove os shows e que tem a trupe como umas das suas principais atrações, caíram 17%, terminando cotadas a R$ 13,98. No ano, porém, a alta ainda é de quase 23%.

 

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Destaque no pregão


Mais fôlego para a MRV

 

As declarações do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda (confira aqui), sobre uma ampliação do Minha Casa Minha Vida, animaram os investidores da MRV Engenharia. As mudanças, que podem reduzir juros e incluir mais pessoas no programa, devem ser benéficas para a construtora. Suas ações subiram 4,6% na terça-feira 25. No ano, a alta é de 20,5%.

 

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Palavra do analista: segundo Fernando Góes, da Clear Corretora, a perspectiva para as ações é positiva, principalmente por conta dos juros baixos. No médio prazo, o preço-alvo é de R$ 14,50.

 

 

 

 

 

Touro x Urso

 

O índice Bovespa encerrou o terceiro trimestre com uma alta de cerca de 11%, perto de 60,2 mil pontos. No ano, a valorização é de 6%. No entanto, os prognósticos não são dos melhores para o que resta do ano, devido ao desempenho fraco previsto para a economia e à aversão global ao risco.

 

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Mercado em números

 

Itaú 

R$ 10,4 bilhões - É quanto o banco vai investir em tecnologia, até 2015, para reduzir os custos operacionais, que somam R$ 35 bilhões por ano. Será construído um data center em Mogi Mirim, interior de São Paulo, por R$ 2,3 bilhões.

 

CPFL 

R$ 1,3 bilhão - É o valor do empréstimo que a concessionária receberá do BNDES para expandir e modernizar seu sistema, reduzindo os índices de desligamento. 

 

Duratex

R$ 900 milhões - É quanto a empresa vai investir em 2012. Na segunda-feira 24, ela adquiriu, por R$ 63 milhões, a fabricante de chuveiros e sistemas de aquecimento solar Thermosystem. 

 

Viver

R$ 50 milhões – Será o aporte que os acionistas controladores vão fazer na construtora, para fortalecer sua base de capital e alongar a dívida. 

 

Coteminas

4,7 milhões - Foi o volume de ações da indústria têxtil que o banco americano BNY Mellon vendeu, zerando sua participação na companhia, que era de cerca de 5%.

 

 

 

 

Pelo mundo


Arriba, Santander!

 

Em sua estreia na bolsa mexicana, na quarta-feira 26, as ações do banco Santander México subiram 4,41%. Na mesma data, os papéis negociados em Nova York subiram 6%. Com a oferta pública de ações, o banco espanhol, de Emilio Botin, captou cerca de US$ 4 bilhões. 

 

 

 

 

Lehman Brothers volta a pagar dívidas 

 

O Lehman Brothers pagará US$ 10,5 bilhões a credores em 2013, na segunda etapa do plano para quitar mais de US$ 65 bilhões em dívidas. Na primeira etapa do programa, em abril deste ano, já foram desembolsados cerca de US$ 22,5 bilhões. 

 

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Ford planeja novos cortes de vagas na Europa

 

A Ford, que tem 66 mil funcionários na Europa, deve fechar algumas centenas de vagas no continente. A montadora prevê encerrar o ano com prejuízo acima de € 1 bilhão. Na quarta-feira, as ações caíram 0,4% para US$ 10,05.

 

 

 


Personagem


O lado verde da Even

 

Primeira empresa da construção civil a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa, a Even, que abriu capital em abril de 2007, acumula bons retornos na Bolsa, mesmo em um período conturbado para o setor. Carlos Terepins, presidente da construtora, falou à DINHEIRO:

 

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Carlos Terepins, presidente: cuidados com o meio ambiente

 

A companhia levanta a bandeira de sustentabilidade. Qual é o objetivo dessa estratégia?

A sustentabilidade faz parte da cultura organizacional da Even e engloba o cuidado com o meio ambiente e respeito e transparência com os clientes e investidores. Além disso, segundo um levantamento da construtora, para 60% dos potenciais compradores, a sustentabilidade influencia na escolha do apartamento. Queremos esse público.

 

Existe ganho financeiro também para o comprador?

Alguns de nossos objetivos são garantir conforto e o uso consciente de recursos naturais. Mas queremos fazer com que o cliente perceba uma economia no futuro. O aproveitamento de águas pluviais e a adoção de torneiras econômicas, por exemplo, geram uma economia de 40% na conta de água nos apartamentos e de 74% nas áreas comuns.

 

As operações da empresa se concentram em quatro Estados. Há planos para expansão?

Não. Focamos nossa atuação em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, que concentram cerca de 60% do PIB do Brasil. Queremos, em cada uma dessas praças, pertencer ao bloco de liderança. Além disso, essa estratégia viabiliza a saúde operacional da empresa e o mercado vê com bons olhos essa opção.

 

As empresas de construção sofreram bastante na bolsa este ano, enquanto as ações da Even acumulam alta de 32,7% em 2012. Qual é o segredo?

Não tem segredo. A construtora tem entregue bons resultados, tem cumprido seus guidances e vem registrando performance operacional bastante positiva. Com boas estratégias e gestão é possível aproveitar as oportunidades e ter bons retornos, mesmo quando o setor vai para o outro lado.

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira