02/04/2024 - 13:45
O Banco Central atualizou o novo indicador de crédito que se propõe a acompanhar a determinação da lei do Desenrola de que os juros e encargos no rotativo e no parcelado do cartão de crédito não podem ultrapassar 100% da dívida original, o que vem sendo chamado de muro inglês. O indicador foi publicado pela primeira vez no mês passado, com os dados de janeiro. Em fevereiro, 7 de 15 instituições apontaram aumento da taxa em relação à dívida original quando se considera 99% das operações realizadas.
Para o levantamento, o BC pega informações mensais de 15 instituições financeiras (80% do mercado de crédito) sobre as operações realizadas para encontrar o valor nominal no dia em que a dívida foi contratada e quanto essa dívida tem acumulado em juros e encargos financeiros. A expectativa é de que o indicador seja mais informativo com o passar dos meses.
O indicador faz uma estratificação das operações de crédito do rotativo e do parcelado em percentis – 25, 50, 75 e 99. No percentil 25, por exemplo, os juros de 25% das operações de cada banco são menores ou iguais à taxa indicada dos valores originais das dívidas. Da mesma forma, no percentil 99, os juros de 99% das operações são iguais ou inferiores à taxa informada em relação ao débito original.
Na atualização de fevereiro, no percentil 99, a maior parte das instituições financeiras (7 de 15) informou aumento da taxa de juros em relação à dívida original, seis mostraram manutenção e apenas duas tiveram redução: Banco Bmg (de 28,77% para 18,99%) e Portoseg S.A. CFI (21,09% para 20,78%). As taxas em fevereiro no percentil 99% variaram de 15,25% (Nu Financeira) a 28,33% (Banco CSF).
Nesta terça-feira, nas Estatísticas de Crédito, o BC informou que, considerando o saldo total, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 6,8 pontos porcentuais de janeiro para fevereiro.
A taxa passou de 419,3% para 412,5% ao ano. No caso do parcelado, o juro passou de 187,8% para 184,5% ao ano entre janeiro e fevereiro.