O dólar abriu em alta ante o real, mas os juros futuros ignoraram esse viés positivo generalizado da moeda norte-americana, que também sobe no exterior, e iniciaram a sessão com um viés de baixa, diante da desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mostrou um resultado abaixo do piso das expectativas coletadas pelo AE Projeções. Já no exterior, o ritmo é de compasso de espera pela ata da reunião de outubro do Federal Reserve, somente à tarde, após o documento do último encontro de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE) mostrar alguns riscos de a inflação britânica superar a meta anual de 2,0%, se o desemprego continuar recuando.

Por volta das 9h30, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 12,62%, de 12,65% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 12,60%, de 12,63% no ajuste da véspera.

Na manhã desta quarta-feira, 19, o IBGE informou que a inflação medida pelo IPCA-15 subiu 0,38% em novembro, após avançar 0,48% em outubro. O resultado ficou abaixo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,41% e 0,58%, com mediana de 0,49%. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula altas de 5,63% no ano e de 6,42% em 12 meses até outubro.

O instituto informou também que a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 4,7% em outubro, resultado que ficou no piso do intervalo das estimativas coletadas, de 4,7% a 5,1%, com mediana de 4,9%.

Agora, o foco dos investidores se volta para Brasília, onde o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, dá início aos trabalhos para elaborar medidas de estímulo ao setor industrial. A estratégia do Planalto é de ofuscar os impactos negativos das investigações da Operação Lava Jato, que mantêm a Petrobras nos holofotes, e preparar uma agenda “positiva”, contando ainda com a divulgação de novos ministros, a começar pela Fazenda.

Ao mesmo tempo, as declarações feitas ontem à tarde pelo diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, ainda ecoam nos negócios locais hoje, após ele enfatizar que o “programa de swap cambial vai continuar nos termos já anunciados até 31 de dezembro” e dizer também que o BC considera, em seus cenários, uma política fiscal neutra em 2015. Além disso, os investidores digerem a aprovação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do projeto de lei que flexibiliza a meta do superávit primário do governo central.

No exterior, a expectativa recai na ata da reunião de política monetária do Federal Reserve realizada nos dias 28 e 29 de outubro, que será divulgada às 17 horas. A expectativa é de que o documento poderá trazer pistas sobre o rumo da condução das taxas de juros nos Estados Unidos, após o fim da terceira rodada do programa de recompra de ativos (QE3). Mais cedo, saem construções de moradias iniciadas em outubro (11h30) e estoques semanais de petróleo bruto (14h30).

Mais cedo, o BC inglês publicou o documento referente ao encontro ocorrido neste mês, no qual a votação pela manutenção da taxa básica de juros britânica em 0,5% foi por um placar de 7 a 2, como ocorreu em meses recentes. Entre a maioria de conselheiros a favor da taxa estável, porém, alguns apontaram o risco de a inflação britânica superar a meta anual de 2,0% se o desemprego continuar recuando. Entre os investidores, muitos acreditam que o BoE anunciará a primeira alta de juros no segundo semestre de 2015.