15/06/2022 - 21:48
O Banco Central (BC) anunciou um novo aumento na taxa básica de juros, a Selic, em meio ponto percentual, fechando em 13,25% ao ano. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) elevou a taxa de juros americana para faixa de 1,5% a 1,75%, uma alta de 0,75 ponto percentual. Foi a maior alta desde 1994. O país pretende conter a inflação e projeta desaceleração da economia e o aumento do desemprego nos próximos meses.
No Brasil, a taxa básica de juros incide sobre empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. O aumento da Selic eleva os rendimentos de investimentos em renda fixa e aplicações financeiras, como Certificado de Depósito Bancário (CDBs), títulos privados e títulos do Tesouro Direito.
O Tesouro Selic é a principal opção para o investidor que busca reserva de liquidez, além de ser o investimento com maior grau de segurança no país, segundo a iHUB Investimentos. Outros investimentos, que pagam taxas de juros bancárias, o CDI, são favorecidos por ser uma taxa praticada pelos bancos privados muito próxima à Selic.
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Lucas Sharau, especialista da iHUB, cita outras cinco opções que, atreladas ao CDI, estão rendendo mais após a recente alta da Selic:
1) CDBs – Certificado de Depósito Bancário
2) LCI – Letra de Crédito Imobiliário:
3) LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
4) LC – Letra de Câmbio
5) Fundos de investimento Referenciados DI
O boletim parcial do Relatório Focus, divulgado no início mês, mostra que as expectativas do mercado para a Selic permaneceram estáveis no fim de 2022, a 13,25%. Para 2023, as projeções subiram de 9,25% para 9,75% ao ano.
“A inflação no mundo está em ritmo maior do que o esperado. Na última reunião do Fed, havia a expectativa que os impactos do aumento nas taxas de juros seriam suficientes para arrefecer a inflação, porém, na semana passada, com a publicação do CPI, o indicador de variação nos preços dos Estados Unidos, ficou claro que isso não aconteceu e que medidas mais rigorosas deveriam ser tomadas. Por essa razão, não acharia estranho a taxa de juros no Brasil atingir patamares próximos de 15% no fim do ano, e as bolsas no mundo sofrendo com fortes quedas”, afirma Lucas Sharau.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado dos últimos 12 meses em 11,73% preocupa economistas e especialistas. A meta prevista para o final de 2022 era de 3,5%.
Fed
O mercado especula que o Fed precisará tomar medidas mais agressivas no controle da inflação. É possível que ocorram mais aumentos e com impactos maiores nos juros para as próximas reuniões do órgão.
“Essa expectativa fez com que o mercado se antecipasse à decisão do órgão e precificasse na curva de juros norte-americana uma alta de 0,75%, afetando todos os títulos do mercado. Caso a expectativa do mercado se confirme, os juros nos EUA podem ultrapassar os 3% ainda em 2022”, prevê Sharau.
“O fato dos juros nos EUA estarem subindo faz com que uma grande quantidade de dinheiro vá em busca da segurança que o Tesouro Americano pode oferecer em rentabilidades mais atrativas, sobrando um pouco menos de dinheiro para posições mais especulativas como no Brasil e outros países emergentes”, completa.
B3
Em menos de cinco meses, a bolsa brasileira já ultrapassou os 120 mil pontos e agora está perto dos 100 mil pontos, ou seja, a volatilidade é uma constante no momento.
“A bolsa brasileira é composta na sua maior parte por commodities, mas também possui em sua composição outros segmentos, cada um em seu momento, temos ainda perspectivas positivas de crescimento para investimentos mais longos do que seis meses a um ano”, afirma Sharau.
Para o especialista, no segmento de commodities, há resquícios dos impactos da pandemia de Covid-19 e os preços de algumas empresas ainda podem estar descontados em relação aos preços considerados ‘justos’ por suas ações.
Segundo Sharau, a eleição no Brasil ainda pode causar impactos na bolsa e na economia nacional.