Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Croácia, Boris Vujcic afirmou nesta quinta-feira, 11, que os juros podem começar a cair na zona do euro antes do esperado, dependendo da trajetória da inflação. Ele reiterou comentários do início desta semana de que os cortes não devem acontecer antes do verão do Hemisfério Norte, por volta da metade do ano. Porém, Vujcic admitiu que uma desaceleração mais forte pode adiantar esta decisão.

“Se houver uma desaceleração mais forte da economia, podemos nos mover mais rápido para normalizar juros, dependendo também da trajetória da inflação”, afirmou ele, em webcast promovido pela MNI. “Continuamos dependentes de dados, mas isso não exclui a possibilidade de atuar mais cedo, se necessário”, acrescentou.

Na visão dele, cortes ideais seriam em torno de 25 pontos-base (pb) por reunião, embora o ritmo possa aumentar para 50 pb dependendo da situação da economia.

Quando a redução começar, Vujcic vê como cenário ideal cortes regulares dos juros até que as taxas atinjam seu nível neutro.

O dirigente reiterou que é prematuro prever com precisão o momento de início dos cortes, considerando que o BCE precisa avaliar os efeitos atrasados da política monetária, a materialização da redução da inflação e se empresas vão repassar aumentos salariais para consumidores. Além disso, ele lembra que os dirigentes ainda não tiveram uma discussão formal sobre cortes de juros.

No cenário atual, Vujcic acredita que os juros estão suficientemente restritivos e devem permanecer neste nível enquanto o banco central normaliza seu balanço patrimonial em segundo plano. Para ele, as projeções de dezembro continuam válidas e a inflação deve reduzir nos próximos anos, mas em ritmo muito lento e gradual. O dirigente descarta a possibilidade de novas altas de juros, com a exceção de novos choque econômicos que afetem a inflação, por exemplo, conflitos geopolíticos.