Sem a referência dos negócios em Wall Street, os juros futuros oscilaram ao redor da estabilidade durante toda a sessão. A liquidez baixa imposta pelo feriado de Ação de Graças nos EUA e a agenda local esvaziada resultaram numa sessão fraca, com as taxas ora oscilando com viés de alta, ora de queda, sempre próximas aos ajustes anteriores. Os riscos fiscais continuaram no radar, com os agentes monitorando os movimentos no Congresso para apreciação das pautas econômicas e, lá fora, o petróleo, que seguiu em baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,495%, estável ante o ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2026 passou de 10,22% pra 10,24%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,37%, de 10,35% ontem, e a do DI para janeiro de 2029, em 10,79%, de 10,75%.

Na avaliação do gerente de Renda Fixa e Distribuição de Fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio, dias de liquidez limitada como o de hoje costumam resultar em postura mais cautelosa dos agentes, mas no atual contexto externo as taxas estiveram bem comportadas. “Com o alívio nos Treasuries nos últimos dias e o petróleo em queda, temos menos pressão sobre a curva, embora a questão fiscal possa contratar alguma volatilidade”, diz.

Nem o noticiário de Brasília conseguiu dar um norte às taxas. A sessão conjunta do Congresso foi cancelada em função do impasse sobre os vetos do presidente Lula a pontos do arcabouço fiscal e da retomada do chamado “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A previsão é de que seja retomada na terça-feira. Outro assunto no radar é a desoneração da folha de pagamentos. O prazo para que Lula sancione ou vete o projeto de lei que prorroga a medida para os 17 setores que mais empregam no país termina hoje.

“Há sérias dúvidas de que o governo consiga aprovar as medidas que aumentariam as receitas e de que, mesmo aprovadas, consigam gerar os montantes previstos. E, do lado do governo, cada vez fica mais clara a pouca disposição para conter os gastos. Assim, a volta ao equilíbrio fiscal fica cada vez mais difícil”, afirma o economista-chefe da Azimut Weatlh Management, Gino Olivares.

Mesmo sem Nova York, o Tesouro foi bem sucedido no leilão de prefixados desta quinta-feira, com venda integral dos lotes de 11 milhões de LTN e de 1,5 milhão de NTN-F, com taxas dentro do consenso.