25/04/2014 - 22:26
A justiça chilena acatou uma ação contra dois generais reformados acusados de pilotar aviões que bombardearam o Palácio de La Moneda no dia 11 de setembro de 1973, durante o golpe militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende.
“O juiz Miguel Vásquez admitiu abrir um novo processo pelo bombardeio aéreo do La Moneda e ordenou à polícia civil investigar se ocorreu crime contra a humanidade pelo ataque e incêndio do Palácio Presidencial”, disse nesta sexta-feira à AFP o advogado Roberto Ávila, que moveu a ação.
Ávila explicou que o processo envolve os generais reformados Mario López Tobar e Fernando Rojas Vender, ambos da Força Aérea do Chile e que teriam liderado a esquadrilha de aviões Hawker Hunter que atacou o La Moneda durante o golpe.
No dia 11 de setembro de 1973, quando Allende cumpria mil dias de poder, as Forças Armadas chilenas, lideradas pelo general Augusto Pinochet, se rebelaram contra o governo, bombardeando o La Moneda por terra e ar.
“López Tobar participou do bombardeio como chefe da esquadrilha “Libra”, e Rojas Vender foi o segundo em comando na esquadrilha “Rufián”, afirmou o advogado.
Em janeiro passado, a Suprema Corte do Chile encerrou uma investigação sobre a morte de Allende, na qual estabeleceu que o presidente cometeu suicídio quando estava cercado no La Moneda.
Após o golpe de 1973, o Chile viveu uma ditadura sob o comando de Pinochet que permaneceu até 1990, deixando mais de 3.200 mortos e desaparecidos, além de 38 mil torturados.
msa/lr