01/08/2025 - 11:05
Após audiência de custódia, autoridades italianas decidiram que parlamentar bolsonarista aguardará em regime fechado o resultado do processo de extradição ao Brasil. Ela foi presa na terça-feira após dois meses foragida.A Justiça da Itália determinou nesta sexta-feira (01/08), após audiência de custódia, que a deputada licenciada Carla Zambelli permanecerá presa. Ela deverá ser mantida em regime fechado enquanto aguarda o resultado do seu processo de extradição ao Brasil, solicitado por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente Zambelli está no presídio de Rebibbia, nos arredores de Roma, sem que haja previsão de quando voltará ao Brasil. A deputada bolsonarista foi presa na terça-feira, após ter passado dois meses foragida na Itália, país do qual é cidadã.
Segundo reportagem do UOL, Zambelli chegou escoltada à audiência de custódia desta sexta-feira, e o seu pai esperou do lado de fora.
A parlamentar foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão e à perda de mandato por comandar um ataque cibernético ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o auxílio do hacker Walter Delgatti. Não cabe mais recurso.
Fuga e prisão
Após a condenação do STF, Zambelli se deslocou de carro até Buenos Aires, na Argentina, de onde partiu em um voo para Fort Lauderdale, no estado da Flórida, Estados Unidos. Em seguida, chegou a Roma no dia 5 de julho.
Moraes também determinou sua prisão preventiva, assim como o bloqueio de seus bens e a inclusão de seu nome na lista de pessoas procuradas da Interpol.
A defesa da deputada disse nesta semana que ela havia se entregado à polícia italiana, o que foi contrariado por documentos oficiais, de acordo com o G1. O portal reportou ainda que a polícia cercou o seu apartamento para evitar que ela fugisse.
Apesar de ser cidadã da Itália, Zambelli pode ser extraditada ao Brasil devido a acordos de cooperação entre os dois países. A Justiça italiana terá ainda que analisar o pedido de extradição e avaliar se preenche os pré-requisitos estabelecidos.
“Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, por que sou cidadã italiana e lá eu sou intocável”, disse a deputada após fugir do Brasil.
Processo por porte ilegal de arma
Em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, Zambelli perseguiu, com uma pistola em punho, um homem com quem havia tido um desentendimento no bairro dos Jardins, em São Paulo. O ocorrido foi gravado por diversos transeuntes, e os vídeos ganharam as redes sociais.
As imagens mostravam a deputada, acompanhada de seu segurança, correndo atrás do jornalista Luan Araújo, um homem negro e apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando a arma para ele até que ele se refugiasse dentro de um restaurante.
Em janeiro de 2023, Zambelli foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Gilmar Mendes, quando foram apreendidas três pistolas e um revólver registrados em seu nome.
Em março deste ano, o STF formou maioria para condenar Zambelli a cinco anos de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A deputada se diz vitima de perseguição e nega as acusações. O processo ainda não foi concluído.
ht/md (ots)