SÃO PAULO (Reuters) – A Justiça de São Paulo decidiu pela imediata suspensão da emissão de ações da Gafisa prevista para a sexta-feira e relacionada a aumento de capital de 78 milhões de reais. A operação foi anunciada em novembro do ano passado e homologada no último dia 3, a 5,89 por ação.

Citando diversos processos judiciais propostos por acionistas da construtora que apontam para suposta ilegalidade do aumento do capital, bem como assembleia de acionistas marcada para o próximo dia 9 para deliberar sobre a operação, o desembargador Azuma Nishi afirmou que “revela-se prudente a imediata suspensão de emissão das ações prevista para amanhã”.

A acionista Esh Capital, fundada por Vladimir Timerman, vinha questionando o desfecho da operação, citando que não foram cumpridos os ritos formais.

Ele também afirma que o aumento de capital saiu com desconto de 20% de preço definido como valor médio dos últimos 30 dias, que estava contaminado por operação de conversão de debêntures.

Procurada pela Reuters, a Gafisa disse que irá recorrer. “A Gafisa está segura de que está atuando na total legalidade e em benefício da companhia e de todos seus mais de 39 mil acionistas.”

As ações da Gafisa têm mostrado forte valorização na bolsa paulista desde o final do ano passado, impulsionadas ainda por operações de “short squeeze”, em meio ao imbróglio envolvendo o aumento de capital.

Nesta sessão, os papéis disparavam 47,99%, a 30,9 reais. Na máxima, mais cedo, chegaram a 33,73 reais.

Desde a aprovação do aumento de capital pelo conselho de administração da Gafisa, no final de novembro, as ações já acumulam valorização em torno de 430%.

(Por Tatiana Bautzer e Paula Arend Laier)