Os irmãos Álvaro Jabur Maluf e Paulo Jabur Maluf, donos da Camisaria Colombo, foram soltos na manhã desta segunda-feira, 25, com autorização da Justiça de São Paulo. A informação foi confirmada pelas defesas.

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+O que se sabe sobre a operação que tem donos da Camisaria Colombo como alvo

Os empresários foram presos na quinta-feira, 21, na Operação Fractal, da Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo. São investigados por um golpe digital de R$ 21 milhões no PagSeguro. Eles negam envolvimento nas fraudes.

O delegado Maicon Richard de Moraes, que conduz a investigação, não pediu a prorrogação das prisões temporárias nem a conversão em preventivas. Os empresários passaram os últimos dias na delegacia e não chegaram a ser transferidos ao presídio.

O juiz Fernando Deroma de Mello, da 1ª. Vara de Crimes Tributários de São Paulo, já havia informado que a revogação das prisões seria imediata, sem necessidade de nova deliberação judicial, caso o delegado não considerasse necessário prorrogá-las.

Como teria sido o golpe digital

Os investigadores suspeitam da participação dos irmãos em fraudes digitais que permitiram transferências sem saldo, o que teria gerado um prejuízo milionário à PagSeguro.

A fintech narrou que a empresa BS Capital usou as credenciais de acesso e transferiu R$ 26 milhões das contas de suas filiais para uma conta central, sem que houvesse dinheiro para compensar as transações. As movimentações ocorreram entre 1 e 20 de outubro de 2024. Foram 2.696 transferências.

Em seguida, a BS Capital transferiu R$ 34,5 milhões da conta matriz que mantinha no PagSeguro para contas bancárias de titularidade da empresa em outros bancos e instituições financeiras. O PagSeguro só identificou as fraudes quando o dinheiro já havia saído de seus sistemas.

A BS Capital está registrada no nome de Bruno Gomes de Souza. No entanto, segundo o PagSeguro, Paulo Jabur Maluf se apresentou como representante da empresa em uma reunião, em novembro de 2024, na sede da fintech, em São Paulo.

Imagens das câmeras de segurança e do reconhecimento facial das catracas do edifício registaram a chegada e a saída do empresário. Segundo o PagSeguro, Paulo Jabur Maluf “não negou o ocorrido, se apresentou como o responsável pela BS Capital”, e admitiu ter usado o dinheiro para “pagamento de terceiros”.

Os advogados Daniel Bialski, Bruno Borragine, Luis Felipe D’Aloia, Gustavo Alvares Cruz, Danielly Casteluci Oliveira e André Bialski, que representam o empresário, negam que ele tenha praticado qualquer tipo de fraude. Sustentam ainda que ele explicou em depoimento a natureza das operações financeiras investigadas.

“Paulo se apresentou espontaneamente perante a autoridade policial para esclarecer todas as transações e o mal-entendido que gerou a adoção da medida excepcional, de modo que a sua liberdade foi restabelecida”, diz a defesa.

O advogado Victor Waquil Nasralla, que representa Álvaro, afirma que o empresário foi liberado após “ampla e irrestrita cooperação” com as autoridades.

O que dizem os donos da Camisaria Colombo

NOTA DA DEFESA DE ÁLVARO MALUF

“A defesa do Sr. Álvaro Jabur Maluf Jr., informa que, na data de hoje, foi restituída a liberdade de seu cliente, após ampla e irrestrita cooperação com as autoridades responsáveis pela investigação. Destaca-se que, em razão dos esclarecimentos prestados e dos elementos já colhidos no curso do procedimento, o Delegado de Polícia responsável pelo caso entendeu, por ora, pelo não indiciamento do Sr. Álvaro. Reitera-se que o Sr. Álvaro não teve qualquer participação nos fatos atualmente investigados. Sua defesa continuará a adotar todas as medidas jurídicas necessárias para comprovar, de forma definitiva, sua completa inocência. Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.”

Victor Waquil Nasralla

NOTA DA DEFESA DE PAULO MALUF

“A defesa de Paulo Jabur Maluf esclarece que no dia 21.08.2025, assim que tomou conhecimento da expedição mandado de prisão expedido pelo Poder Judiciário, Paulo se apresentou espontaneamente perante a Autoridade Policial para esclarecer todas as transações e o mal-entendido que gerou a adoção da medida excepcional, de modo que a sua liberdade foi restabelecida na data de hoje. Há plena confiança na Justiça e mais firme convicção de que a sua inocência será demonstrada ainda na fase policial, até mesmo para estancar quaisquer dúvidas que surjam sobre o referido desacordo comercial.”

Daniel Bialski, Bruno Borragine, Luis Felipe D’Aloia, Gustavo Alvares Cruz, Danielly Casteluci Oliveira e André Bialski