O Tribunal de Falências de Nova York aceitou o pedido de recuperação judicial da Gol. A empresa entrou com a solicitação na última quinta-feira, 25, por meio do Chapter 11. O valor de financiamento de será de US$ 950 milhões, e credores ficam impedidos de comprar bens da companhia aérea.

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O pedido vale também para todas as suas subsidiárias. A companhia aérea não informou qual é a sua dívida atual, mas, segundo dado divulgado em setembro do ano passado, a empresa possuía, naquele momento, R$ 20,2 bilhões em dívidas. No pedido aos EUA, foi declarada uma dívida de US$ 8,3 bi.

O valor de US$ 950 milhões servirá para reestruturar obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo.

“A Gol está confiante de que este processo atende aos melhores interesses de seus stakeholders, incluindo colaboradores e clientes, que continuarão a contar com a oferta de voos acessíveis e seguros, além do melhor serviço”, disse a companhia, em nota. A dívida da Gol é prioritariamente com arrendadores de aeronaves. Ainda assim, a empresa diz que não vai diminuir sua frota de aviões disponível nos locais onde atua.

Voos da Gol serão afetados?

À imprensa, a Gol diz que todas as suas operações, incluindo o programa de fidelidade Smiles e os acordos com outras companhias aéreas seguem funcionando normalmente.

“A decisão de entrar (com a recuperação judicial) é para garantir que a companhia tenha estrutura de capital correta para enfrentar os desafios da indústria de aviação. Todos os voos seguem operando como programados e as vendas estão mantidas”, comentou Ferrer.

Com 14 mil funcionários, a Gol também confirmou que não há previsão de demissões e que seus colaboradores seguem operando de forma habitual.

“Não há precisão de redução de operação, de pessoal ou do número de bases que a Gol possui hoje. Estamos recorrendo ao Chapter 11 justamente para proteger (a companhia) de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves. Enquanto isso, temos tempo e condições para que as negociações sejam realizadas”, acrescentou o CEO da Gol.

Atualmente, a companhia aérea possui 143 aviões em sua frota. Todas elas são do modelo Boeing 737. No ano passado, a empresa deveria ter recebido 15 novas aeronaves conforme pedido junto à fabricante norte-americana, porém, só uma foi entregue. Em outro comunicado, a Gol reafirmou sua confiança em cumprir todos os compromissos com seus passageiros.

“Os clientes da Gol poderão continuar a organizar suas viagens e voar pela companhia como sempre fizeram, com a utilização de passagens e vouchers”, disse, em nota.