17/09/2016 - 15:28
A justiça egípcia ordenou neste sábado o congelamento de bens de cinco conhecidos defensores dos direitos humanos e de três organizações não governamentais, atiçando os temores de que haja uma nova onda repressiva contra a sociedade civil no país.
Um tribunal do Cairo aceitou a petição de um juiz de instrução de congelar os bens de vários defensores de direitos humanos, informou à AFP um responsável do tribunal.
Essa decisão judicial acontece em meio a uma investigação sobre o financiamento exterior a organizações da sociedade civil, aberta em 2011 após as revoltas que derrubaram Hosni Mubarak. O caso gerou uma crise diplomática entre Washington e Cairo.
Várias associações defensoras dos direitos humanos criticaram a decisão e a Anistia Internacional denunciou “uma vergonhosa tentativa de silenciar o ativismo pelos direitos humanos”.
As ONGs acusam o presidente egípcio de dirigir um regime autoritário e repressivo desde que derrotou em 2013 seu antecessor islamita, Mohamed Mursi, eleito democraticamente.
O jornalista Hosam Bahgat e o advogado Gamal Eid estão entre os alvos do congelamento, assim como Bahey el Din Hasan, diretor do Instituto do Cairo para os Estudos sobre Direitos Humanos; Mustafá al Hasan, diretor do centro jurídico Hisham Mubarak; e Abdel Hafiz Tayel, diretor do Centro Egípcio para o Direito à Educação.