A Justiça brasileira deu um prazo de 24 horas nesta última quarta-feira (19) para o Telegram repassar dados de grupos e de pessoas suspeitas de planejar ataques à escolas sob pena de suspender o serviço no Brasil. A decisão, que deve ser cumprida hoje, diz que grupos, inclusive neonazistas, estariam promovendo ódio e incentivando crianças a praticar atos violentos nas escolas.

A Polícia Federal, que fez o pedido, afirma que ele foi feito “por motivo de segurança”. O órgão alega que o Telegram estaria se recusando a passar dados e informações que ajudariam na identificação destes grupos. As operadoras serão oficiadas de decisão que suspende as atividades do Telegram no Brasil.

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Após ataques em escolas de São Paulo e de Santa Catarina, o Ministério da Justiça relata que 756 perfis em diferentes redes sociais foram retirados do ar por influenciar ou estimular ataques violentos nas escolas. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em 100 casos, houve pedido para que as redes preservassem o conteúdo desses perfis para abastecer investigações em curso.

De acordo com levantamento do ministério, 225 pessoas foram presas ou apreendidas; 694 adolescentes e adultos intimados a prestar depoimento em delegacias; 155 buscas e apreensões; 1.595 boletins de ocorrência registrados; e 1.224 casos em investigação. Este último número não significa que se referem a possíveis ataques, mas ele inclui pessoas que estimularam ou divulgaram material criminoso ligado ao tema.