A Justiça de São Paulo manteve a prisão de dois manifestantes detidos durante votação da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A sessão ocorreu na quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). As prisões em flagrantes foram convertidas em preventiva em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira, 7.

Os presos são o estudante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Movimento Correnteza, Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva; e o membro do Movimento de Luta de Classes, o professor Lucas Borges Carvente. Eles vão passar por exame de corpo de delito, pois relataram ao juiz terem sofrido violência policial.

Já a presidente estadual da organização Unidade Popular, Vivian Mendes da Silva, e o membro do Movimento Luta de Classes, o metroviário Ricardo Senese, tiveram concedida a liberdade provisória. Além disso, foi definido o pagamento de fiança no valor de um salário mínimo pelos dois. E eles ainda deverão seguir algumas medidas cautelares: comparecimento mensal ao juízo, justificativa de atividades e atualização de endereço, obrigação de manter endereço atualizado e proibição de se ausentar da comarca em que residem por mais de oito dias sem prévia comunicação.

Votação

Com 62 votos favoráveis e apenas um contrário, os parlamentares da Alesp aprovaram na quarta-feira o Projeto de Lei 1.501/2023, que autoriza o governo estadual a vender o controle da Sabesp. Todos os deputados estaduais de oposição se retiraram do plenário e não participaram do momento da votação. O único voto contrário foi o da deputada bolsonarista Delegada Graciela (PL), que faz parte da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A votação chegou a ser suspensa e a galeria do plenário esvaziada por causa de protestos de trabalhadores da companhia e organizações da sociedade civil que são contrários à privatização da estatal.

De acordo com a assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa, a suspensão ocorreu “após uma parte dos manifestantes comprometer a segurança e entrar em confronto com a Polícia Militar”. A discussão da proposta foi retomada logo em seguida.