16/09/2022 - 17:11
O Tribunal de Justiça do Rio vai decidir se o contraventor Rogério Andrade, sobrinho e um dos administradores do legado do tio, o também contraventor Castor de Andrade (1926-1997), vai para um presídio federal. A transferência foi pedida pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ), que alega que Rogério chefia uma organização criminosa violenta. Por isso, representaria graves e iminentes riscos à ordem do sistema carcerário estadual do estado.
Na nova prisão, Rogério passaria ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Teria cela individual e visitas restritas, com regras mais rígidas do que as do regime comum.
Rogério foi preso em 4 de agosto, em uma casa de luxo em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Atualmente, está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Ele é acusado de integrar uma organização criminosa que explora jogos de azar e corrompe policiais para agir livremente.
O pedido do MP-RJ foi apresentado à Justiça em abril, quando Andrade estava foragido. Voltou ao debate desde que ele foi preso.
A defesa de Rogério pediu à 1ª Vara Criminal Especializada do Rio, onde o processo tramita, que seja autorizada a se manifestar sobre o pedido de transferência. É possível que o juízo, em sua próxima manifestação, ainda não decida sobre a transferência, mas apenas autorize que o advogado do contraventor apresente alegações no processo, para futura análise e decisão.
A reportagem procurou a defesa do contraventor para que se pronuncie sobre o pedido de transferência. Até a publicação desta reportagem, não houve resposta.
Turnowski teria plano para matar Rogério
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski, preso na última sexta-feira, 9, acusado de envolvimento com crimes ligados ao jogo do bicho, teria um plano para matar Rogério Andrade, segundo conversas telefônicas ocorridas em 2016 e interceptadas com autorização judicial pelo MP-RJ.
Ele, o delegado Maurício Demétrio, preso em 2021, e um homem ligado a um bicheiro rival de Rogério, receberiam ao todo R$ 3 milhões pelo crime, encomendado por um rival do contraventor e aparentemente nunca colocado em prática.
O espólio de Castor é disputado por dois grupos. Um é chefiado por Rogério e outro era ligado a Fernando Iggnacio, genro do contraventor. Iggnacio foi morto em novembro de 2020, aparentemente em uma execução.
A defesa de Turnowski atribui a prisão a questões políticas, já que o delegado concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PL. Não foi possível localizar os defensores de Demétrio.