11/12/2018 - 18:02
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, confirmou nesta terça-feira (11) a prisão de um ex-diplomata de seu país da China e disse levar a questão “muito a sério”.
“Sabemos que um canadense foi detido na China, estamos em contato direto com os chineses”, afirmou, quando questionado pela imprensa sobre informações de uma ONG da prisão de Michael Kovrig, especialista canadense no nordeste asiático que já foi diplomata em Pequim, Hong Kong e nas Nações Unidas.
A prisão ocorre em um momento de tensão entre os dois países, após a prisão da executiva chinesa Meng Wanzhou no Canadá em 1 de dezembro.
“Estamos comprometidos com este caso, que levamos muito a sério e, evidentemente, estamos proporcionando assistência consular à família”, declarou Trudeau.
A ONG onde Kovrig trabalhou, o International Crisis Group (ICG), confirmou estar ciente das informações sobre sua prisão.
“Faremos o possível para obter informações sobre o destino de Michael e conseguir sua libertação rápida e em toda segurança”, declarou a organização de prevenção de conflitos.
Já o ministro da Segurança, Ralph Goodale, declarou estar “muito preocupado” pela prisão, mas disse que ainda não se pode estabelecer qualquer vínculo direto com a detenção no Canadá da diretora financeira da gigante chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou.
Wanzhou enfrenta acusações de fraude relacionadas a supostas violações das sanções americanas contra o Irã.
Os Estados Unidos expressaram nesta terça-feira sua “preocupação” com a prisão de Kovrig e pediram a Pequim que “detenha todas as formas de prisão arbitrárias”.
O porta-voz do departamento americano de Estado Robert Palladino exigiu “respeito às garantias e à liberdade de todos os indivíduos, de acordo com os compromissos internacionais da China em matéria consular e de direitos humanos”.
Wanzhou foi presa em Vancouver enquanto trocava de avião durante uma viagem de Hong Kong ao México. A Justiça amerucana exigiu sua extradição por “conspiração para defraudar várias instituições financeiras”.
A China “não vai ficar de braços cruzados” se seus cidadãos forem “maltratados” no exterior, alertou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, nesta terça-feira.