O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Minneapolis, Neel Kashkari, disse hoje duvidar que o mercado de trabalho americano tenha atingido a situação de pleno emprego, numa possível sinalização de que deseja manter as taxas de juros nos níveis atuais por mais tempo.

“Pode haver ainda ociosidade” no emprego, afirmou Kashkari a repórteres, às margens de uma conferência do Fed de Minneapolis. “Precisamos nos aproximar mais…estamos nos movendo em direção à costa, mas não sabemos o quão distante a costa está”.

Kashkari, que vota nas reuniões de política monetária do Fed neste ano, também demonstrou preocupação com os últimos indicadores de inflação, por terem apresentado um enfraquecimento do núcleo, que exclui os preços de energia e alimentos, tradicionalmente voláteis.

“O fato de que a inflação está vindo aquém do esperado e de que não há sinal de pressão real nos salários sugerem para mim que ainda pode haver ociosidade”, no mercado de trabalho, reiterou ele, acrescentando que o Fed se comporta como se sua meta de inflação de 2% fosse um teto.

Kashakari foi o único voto dissidente na reunião do Fed em março, quando o BC americano votou pelo aumento dos juros básicos para a faixa de 0,75% a 1%. Ele não comentou se poderá se opor mais uma vez a uma eventual nova elevação de juros no encontro de junho. “Tudo é possível na reunião de junho”, disse.

Kashaki disse ainda não saber se o fraco desempenho econômico dos EUA no primeiro trimestre é transitório. Entre janeiro e março, o Produto Interno Bruto (PIB) americano teve expansão anualizada de apenas 0,7%. Fonte: Dow Jones Newswires.