15/06/2025 - 13:00
Segundo o Presidente da Kenvue Brasil, Ricardo Wolff, a companhia deve sustentar um ‘crescimento de duplo dígito’ apesar dos desafios da conjuntura econômica atual. O executivo participou do Dinheiro Entrevista. A companhia é dona de marcas como Band-Aid, Listerine e Tylenol.
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“O Brasil é visto como um mercado onde a gente ainda tem espaço para ganhar bastante participação de mercado, para desenvolver penetração de determinadas categorias e nesse sentido a gente busca crescimento de duplo dígito para os próximos dois anos. Estamos nesse caminho. Obviamente que esse não é um ano que começou fácil, economicamente falando”, comentou Ricardo Wolff.
Segundo o executivo, o ‘primeiro trimestre foi mais desafiador’ para a empresa, mas ainda assim a expectativa segue de crescimento para o ano de 2025.
“A nossa intenção é continuar crescendo. Estamos com um ganho bastante representativo de participação de mercado. Temos uma métrica que fizemos que analisamos quanto das nossas vendas está ganhando ou mantendo Market share. Saímos de 20% do portfólio ganhando ou mantendo market share e hoje temos 77% do nosso portfólio ganhando ou mantendo market share”, conta.
A Kenvue surgiu a partir de um spin-off da Johnson & Johnson, movimento que separou a divisão de consumo da gigante de saúde. A justificativa foi a diferença de perfil e estratégia entre os dois negócios, o que dificultava a operação conjunta.
A separação se concretizou em maio de 2023, junto com a abertura de capital na Bolsa de Nova York, sob o código KVUE. Na época, a oferta de ações movimentou US$ 3,8 bilhões, sendo a maior daquele ano nos EUA.
Mesmo após o IPO, a Johnson & Johnson permaneceu controlando cerca de 90% das ações, com o plano de reduzir essa fatia gradativamente.
Hoje, a Kenvue já opera com capital pulverizado, sem a Johnson & Johnson como controladora. A receita global fica próxima dos US$ 15 bilhões anuais.
Brasil segue relevante para multinacionais
Sobre comandar a operação no Brasil, Wolff relata que, ao descrever por que abrir um centro de distribuição em determinada região faz mais sentido do que em outra, as reações de estrangeiros variam, muitas vezes de forma desconcertada.
“Só quem trabalhou pelo menos um pouco no Brasil consegue entender 100%. Para mim toda a parte de impostos é uma delas, se você começa a explicar detalhes e por que vender em um estado ou ter um centro de distribuição em outro faz mais sentido, faz menos sentido, muitas vezes da nó na cabeça de um estrangeiro”, conta.
“Mas acho que ao mesmo tempo o Brasil tem sido um país de destaque para boa parte das multinacionais. É difícil uma empresa multinacional, ainda mais no setor de consumo, que não tenha o mercado brasileiro como uma das suas apostas”, completa.