06/07/2025 - 13:30
A Kibon, uma das maiores marcas de sorvete do país, está investindo nos chamados mini bombons para ganhar espaço no mercado, aumentar a venda de sorvetes em estações mais frias e até como uma opção de “snack gelado”.
Os mini bombons com recheio de sorvete fazem parte de em um mercado com forte crescimento nos últimos anos: o dos chamadas “bites”, que abarca tudo que é pequeno e tem chocolate e que ganhou impulso com o sucesso do Franuí, doce argentino de framboesas congeladas cobertas de chocolate.
Entre as empresas que também atuam no mercado de bites estão a Berry Bites, Frooty, Rochinha e “até sorveterias premium” como a Bacio di Latte.
Um diferencial do produto é que o formato dos bombons e a embalagem favorece que ele possa ser consumido aos poucos ou compartilhado sem que ele derreta ou deforme.
Em entrevista a IstoÉ Dinheiro, o General Manager da Kibon no Brasil, Téo Figueiredo, afirma que a empresa pisou no acelerador no investimento nesse mercado desde 2022 e que novos maquinários foram comprados para a fábrica da companhia em Valinhos (SP) para aumentar ainda mais a produção.
“Entramos nesse mercado em 2001 e hoje temos 11 produtos dentro da categoria minis, somando os da linha Magnum. Uma das novidades da marca é o pote maior, com o dobro de bombons, para o compartilhamento com mais pessoas ou pra consumo em casa, com a família”, explicou Figueiredo.
O último lançamento foi uma collab da Kibon com a Santa Helena, o Mini Kibon Paçoquita, que se trata de uma edição sazonal para as festas juninas e para a região nordeste do Brasil. O executivo também afirmou que ainda neste ano novos produtos para esse mercado serão lançados.
Kibon identificou novo padrão de consumo
Uma opção entre o picolé individual e o sorvete de massa para o consumo em casa, os minis atendem uma demanda crescente no Brasil de produtos para serem compartilhados também fora de casa, entre amigos ou colegas de trabalho e em refeições intermediárias durante o dia.
O executivo explica que metade das inovações no portfólio da companhia nos últimos dois anos foi com o lançamento de novos produtos para esse mercado de olho no consumidor da geração Z, que deseja um produto mais dinâmico e prático.
“Os minis endereçam uma geração mais jovem que busca praticidade, a possibilidade de comer porções menores e guardar o restante, e uma forma de consumo que não gera louça para lavar”, disse.
Sorvete como snack e aumento da dessazonalidade
Historicamente o sorvete é mais consumido no verão, estação mais quente do ano. A estratégia da Kibon é que os ‘minis’ ajudem a marca a dessazonalizar mais o consumo do sorvete, além de entrar no mercado de snacks e disputar espaço também com os lanches salgados.
“É um consumo mais indulgente, onde você pode consumi-lo não somente como uma sobremesa, mas durante um lanche entre o café da manhã e o almoço ou como lanche da tarde. Apostamos neles como um ‘snack gelado’ que visa ocupar um outro momento de consumo, não ligados apenas ao calor”, explicou.
Companhia passará por separação

Até o momento, a Kibon faz parte da divisão de sorvetes da Unilever, que também conta, no Brasil, com as marcas mais voltadas para o público premium: Ben & Jerry’s e Magnum. Mas o futuro dessa divisão dentro da multinacional está com os dias contados.
As marcas de sorvete da Unilever estão prestes a se separar da marca mãe e entrar para debaixo de um outro guarda-chuva, a The Magnum Ice Cream Company. Após ter visto frustrada a ideia de vender a divisão para fundos de investimento, a intenção é que a nova empresa abra capital até o final do ano.
Em 2024, essa divisão faturou cerca de 8,3 bilhões de euros. A Unilever justificou a decisão de separar o negócio afirmando que o setor de sorvetes é complexo e tem custos operacionais elevados. A estratégia da multinacional é focar em suas marcas principais e mais rentáveis.