O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un e seu pai, Kim Jong-il, morto em 2011, usaram passaportes brasileiros falsificados para requerer vistos de entrada em países ocidentais na década de 90, disseram cinco fontes de segurança de países europeus à agência Reuters nesta terça-feira, 28.

Embora seja razoavelmente conhecido que a família Kim viajasse com documentos falsos são raros os exemplos de quais documentos ele usavam. Cópias de passaportes brasileiros emitidos nos anos 90 foram obtidos pela Reuters, que não conseguiu provar se os documentos originais foram alterados em algum momento.

Kim Jong-un
Foto obtida pela Reuters mostra um autêntico passaporte brasileiro emitido para o líder norte-coreano Kim Jong-un. Handout via REUTERS

Os passaportes mostram fotos dos dois líderes. Kim Jong-il foi identificado como Ijong Tchoi e o atual ditador, na época um adolescente, como Josef Pwag.  Nos documentos, os dois são registrados como naturais de São Paulo – cidade com grande colônia de imigrantes sul-coreanos. A imagem revela que os passaportes, emitidos em 1996, tinham validade de dez anos.

 

Ambos documentos foram usados para tentar obter vistos em ao menos dois países, mas a agência não conseguiu confirmar se os vistos foram de fato concedido.

Foto obtida pela Reuters mostra um autêntico passaporte brasileiro emitido para o líder norte-coreano Kim Jong-il. Handout via REUTERS

Kim Jong-un teria estudado na Suíça quando jovem e visitado a filial japonesa da Disney no Japão ainda adolescente, segundo especialistas sul-coreanos em sua biografia.

Há a suspeita de que pai e filho tenham viajado para o Brasil, Japão e Hong Kong, segundo as fontes ouvidas pela Reuters.

A embaixada da Coreia do Norte não se pronunciou. O Itamaraty afirmou que vai investigar o caso.