O comando da Kolumbus Móveis, varejista de móveis populares com duas décadas de mercado, acaba de mudar de mãos. Das 57 lojas da rede, todas na capital paulista, 31 foram arrendadas por um fundo de investidores privados, o Safibel. Os outros 26 pontos-de-venda estão sendo avaliados, mas devem entrar no contrato de arrendamento. Pelos próximos oito anos, a gestão da empresa deixa de ser do proprietário da rede, Angelo Saldanha, que receberá um percentual nos resultados das vendas, e passa a ser do Safibel. Não está decidido o que acontecerá ao fim desse prazo. O plano para recuperar a Kolumbus, que tem dívida estimada em R$ 30 milhões, ainda não foi definido. ?Investiremos o quanto for preciso?, diz Maria Duarte, representante do Safibel.

A forte concorrência com gigantes como Casas Bahia e Marabraz é apontada como um dos fatores que levaram a Kolumbus à complicada situação atual. ?Os grandes varejistas têm muito poder junto aos fornecedores e dificultam a atuação dos médios e pequenos?, explica Eugenio Foganholo, analista do setor de varejo. Além disso, segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, houve uma queda de 20% nas vendas de móveis nos últimos dez meses. ?Só não compramos a Kolumbus porque a dívida é muito alta. Mas apostamos na força da marca para melhorar as contas da empresa?, diz Maria. A expectativa é de que o faturamento da companhia chegue a R$ 300 milhões até o fim de 2006. A primeira medida dos novos comandantes foi ampliar o acordo com a atacadista de eletroeletrônicos Eletrodireto. A empresa já fornecia eletrodomésticos para a Kolumbus e deve, a partir de agora, intermediar a compra dos móveis também. ?É um mau sinal, pois mostra que os novos gestores não têm experiência no ramo de móveis?, diz Claudio Felisoni, consultor de varejo. A representante do Safibel fala como quem entende do assunto. ?Vamos treinar os funcionários, reformular a comunicação visual das lojas e investir em tecnologia?, diz Maria.